Pancadas de chuvas não chegam e ainda 30% dos 250 mil hectares de soja da cidade estão vazios e fora da janela ideal de cultivo
Manaíra Lacerda | Lucas do Rio Verde (MT)
Em Lucas do Rio Verde, no médio-norte de Mato Grosso, os produtores já esperam quebra de 10% nas lavouras de soja. A má qualidade das sementes e o clima instável são os principais fatores que diminuirão a produção no município. O plantio, inclusive, sequer acabou. As pancadas não chegam e ainda 30% dos 250 mil hectares de soja da cidade estão vazios e fora da janela ideal de cultivo.
• Produtividade da soja comprometida em Sorriso (MT)
Segundo o diretor do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde Gilberto Eberhardt, o problema ainda é mais grave por causa da qualidade das sementes. Os dois fatores explicam esta quebra de dois dígitos ou quase 75 mil toneladas a menos.
– Tivemos uma estiagem de 29 a 30 dias em algumas regiões após o plantio, isso resultou em um grande replantio. Tem pessoas, produtores reclamando que receberam sementes com qualidade abaixo do que é esperado de germinação e, com isso, está existindo uma grande dificuldade de substituir essas semente junto ao produtor. As empresas não estavam preparadas com o volume de sementes que está faltando no mercado – explica o dirigente.
O produtor Elcio Rossetto terminou, há 20 dias, o plantio de 260 hectares de soja. Ele conseguiu fugir do problema climático, mas não escapou da baixa qualidade da semente e precisou replantar 15 hectares.
– A semente está chegando com vigor baixo, aí plantamos com umidade e a soja nasceu toda manchada, tivemos que replantar. Todo o veneno utilizado foi perdido, mais óleo diesel, plantio e serviço – lamenta.
E o caso de Rossetto não é rato no estado. Durante a passagem da Caravana Soja Brasil, que já passou por seis municípios produtores até o momento, as reclamações com o clima e qualidade das sementes são constantes. A quebra de safra já é uma realidade.
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