Lucro da Syngenta sobe 14% e chega a US$ 1,42 bilhão no primeiro semestre

Resultado foi beneficiado pela demanda de agricultores na Ásia e na EuropaA gigante suíça Syngenta anunciou nesta sexta, dia 22, um lucro líquido de US$ 1,42 bilhão no primeiro semestre de 2011, 14% superior a US$ 1,25 bilhão apurado no mesmo intervalo do ano anterior, mas abaixo do esperado pelo mercado. O faturamento também saltou 14% no período, para US$ 7,70 bilhões. O resultado foi beneficiado pela demanda de agricultores na Ásia e na Europa.

A empresa revelou, ainda, que tem planos de aumentar os preços das sementes e dos defensivos em 2012, devido às pressões inflacionárias nos mercados emergentes e à firme demanda por parte dos produtores.

? Depois de uma pressão nos últimos anos, os preços continuaram se estabilizando em 2010, mas esperamos aumentos de preço no próximo ano, uma vez que a inflação nos mercados emergentes, que representam cerca de 50% das nossas vendas, é significativa ? disse o executivo-chefe de finanças da Syngenta, John Ramsay.

O indicador de preços da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 39% em junho ante igual mês de 2010 e encorajou os produtores a investir em novas sementes e defensivos, revertendo uma tendência de estagnação dos volumes e pressão sobre os preços.

Tal cenário deve persistir diante do rápido crescimento da população mundial e da falta de terras aráveis. Isso impulsionou a empresa a elevar em junho suas metas no médio prazo. A Syngenta agora pretende dobrar as vendas dos principais produtos de cerca de US$ 8,4 bilhões para US$ 17 bilhões. Com o valor das matérias-primas em alta, a companhia planeja agora ampliar os preços das sementes e dos defensivos para manter as despesas sob controle.

Muitos dos ingredientes químicos da Syngenta dependem do petróleo, cujas cotações saltaram recentemente. Mas os esforços da empresa para aliviar a preocupação dos investidores sobre os custos de insumos basicamente não têm tido sucesso, o que limita o desempenho das ações. Apesar da melhora dos fundamentos, os papéis da Syngenta caíram 5,9% em 2010, e agora neste ano acumulam baixa de mais de 2%.

Investidores temem que a pressão sobre os preços de seus produtos continue em um setor no qual os principais clientes são conservadores e conscientes em termos de gastos. Concorrentes, como a Monsanto, a DuPont e a Bayer, enfrentaram problemas similares no passado. Mas muitas, como a Syngenta, recentemente começaram a elevar suas perspectivas, conforme a confiança dos agricultores para investir em novos produtos retorna.

Para impulsionar o crescimento, Ramsay também revelou que a empresa continuaria buscando aquisições, mas disse ser difícil encontrar os candidatos certos. Mais fusões e parcerias são esperadas na indústria.