? Se a gente não retomar isso e não fizer um acordo nos próximos meses, isso pode demorar mais quatro, cinco anos, e será um prejuízo enorme para os países ? disse Lula, ao sair do encontro com Jintao.
O presidente brasileiro contou também que falou no domingo, por telefone, com o presidente norte-americano George W. Bush, e que amanhã pretende ligar para o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, na tentativa de costurar a retomada das negociações.
Na reunião de Genebra, o Brasil estava disposto a fechar acordo depois que a União Européia ofereceu uma cota para a entrada do etanol brasileiro e os Estados Unidos propuseram um teto de US$ 14,5 bilhões para os subsídios agrícolas. Foi a menor oferta, mas ainda acima do apoio financeiro efetivamente dado aos agricultores.
Em troca, os países desenvolvidos pediam a abertura dos mercados emergentes para produtos industrializados, agrícolas e serviços. A Índia não aceitou. Exigiu um mecanismo de proteção, pois seus agricultores não teriam como competir com produtos importados. A China endureceu posição sobre a proteção de setores industriais.
O desgaste nas conversas entre Estados Unidos, Índia e China levou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, a reconhecer o fracasso da reunião ministerial após nove dias de intensos debates.
? Estava quase tudo certo para ser concluído, até que houve o impasse na relação Estados Unidos e Índia. Pretendo conversar porque nós chegamos tão perto depois de sete anos de conversação ? comentou o presidente Lula, que visitou a Vila Olímpica, em Pequim, onde estão hospedados os atletas que disputam os Jogos Olímpicos. A abertura oficial das Olimpíadas será nesta sexta, dia 8.