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Lula defende Fome Zero e Bolsa Família para outros países ao receber Prêmio Mundial da Alimentação nos EUA

Prêmio recebido pelo ex-presidente é considerado o "Nobel" no setor de alimentação e agriculturaPassava das 19 horas quando seis trombetas soaram no salão principal do Capitólio de Des Moines, Estados Unidos. Era a deixa para a entrada dos homenageados da noite, os ex-presidentes do Brasil, Lula, e de Gana, John Agyekum Kufuor. Foi a primeira vez que governantes receberam o Prêmio Mundial da Alimentação, considerado por muitos como o "Prêmio Nobel" do combate à fome e do fomento à agricultura. Em seu discurso, o brasileiro ressaltou os resultados de programas como o Bolsa Família e o Fome

? O que fizemos no Brasil pode ser feito em qualquer país ? disse o ex-presidente, conclamando outros governantes a adotarem políticas de distribuição de renda.

Em sua 25ª edição, o comitê do Prêmio Mundial da Alimentação decidiu homenagear dois presidentes que ficaram conhecidos pelo combate à pobreza. Kufuor foi elogiado pelos investimentos em infraestrutura no setor agrícola de Gana, país localizado na costa oeste africana e o segundo maior exportador de cacau do planeta. Por sua vez, Lula recebeu honras pela dedicação aos programas de erradicação da miséria, com o compromisso de que ao final de seu mandato todos os brasileiros fariam pelo menos três refeições todos os dias.

Após um discurso morno realizado pelo ex-presidente de Gana, foi a vez de Lula agradecer. Foi uma fala calorosa e carregada de apelo emocional – algo já esperado por qualquer um que já tivesse ouvido o ex-presidente nos palanques brasileiros. Lula conquistou a simpatia da plateia lotada de norte-americanos. Seu discurso foi interrompido diversas vezes pelo aplauso às frases de impacto.

? Pode parecer uma surpresa, mas quem é pobre também gosta de comer bem ? disse ele, em uma referência ao crescimento do consumo de carne e alimentos industrializados no Brasil nos últimos anos.

Em meio aos seus comentários, Lula corrigiu discretamente uma gafe do protocolo. Na plateia estava, desde o início da premiação, o brasileiro José Graziano, eleito este ano como novo diretor-geral da FAO, a mais importante entidade da ONU para o setor de agricultura e alimentação. A cerimônia começou com desfile e palmas para diversos ministros de agricultura e representantes de entidades. Graziano, que assume o comando da FAO em janeiro, foi ignorado pelos organizadores. Mas Lula lembrou de seu ex-ministro, agradecendo sua contribuição como organizador do Fome Zero.

Para encerrar, o brasileiro conclamou governantes a tomarem decisões não apenas baseados em estatísticas:

? Quem governa não precisa apenas de conhecimento. Precisa também de sentimento no coração. É com esse sentimento que os governantes precisam liderar seus países.
 
Não foi a primeira vez que um brasileiro recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação (ou “World Food Prize”, em seu nome original). Em 2006, o engenheiro agrônomo Edson Lobato e o ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli foram homenageados por ajudar a transformar o cerrado brasileiro em uma região de alta produtividade agrícola.
 
Nesta sexta, dia 14, Lula permanece em Des Moines, onde realiza uma palestra sobre segurança alimentar.

* Gustavo Bonato viajou aos Estados Unidos a convite do Departamento de Estado Norte-Americano

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