? A nossa atitude é de solidariedade à Argentina. Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual é a explicação de as Nações Unidas nunca terem tomado essa decisão? Não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas, mas que seja a Inglaterra, a 14 mil quilômetros de distância.
Lula insinuou que a ONU age dessa forma porque a Grã-Bretanha é membro permanente do Conselho de Segurança. Voltou também a defender uma reforma do organismo, ampliando sua representatividade (o Brasil é candidato a uma cadeira permanente).
A reivindicação argentina sobre as Malvinas ? pivô de uma guerra em 1982, vencida pela Grã-Bretanha ? se intensificou nas últimas semanas, devido aos planos britânicos de explorar petróleo na costa do arquipélago. A prospecção começou na segunda-feira, sob protestos da presidente argentina, Cristina Kirchner.
No discurso de improviso, Lula também afirmou que este “é o momento político” de se discutir a reformulação do Conselho de Segurança.
? Não é possível que o Conselho continue representado pelos interesses da época da II Guerra Mundial. Por que isso não muda? Se nós não enfrentarmos esse debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade, e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos americanos, quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz lá ? opinou o presidente brasileiro, que chegou a dar um murro na mesa enquanto falava, exaltado.
Depois do discurso, o presidente mexicano, Felipe Calderón, em tom de despedida, lembrou que o brasileiro está em seu último ano de mandato e o chamou de “líder indiscutível da região”.