? Nós estamos fazendo (as plataformas) com 65% de componente nacional. Já se pode começar a pensar em 80%, 90%. Daqui a pouco pode colocar 100%. A engenharia brasileira não vai dever nada a ninguém. Vai ter muitos navios, vai ter muitas plataformas. Vai precisar de mais estaleiros. Essas empresas de Cingapura vão construir mais estaleiros aqui porque nós temos que construir plataformas para outros países que precisam e que não têm a mesma tecnologia, da América do Sul e da África ? disse Lula.
Segundo o presidente, os trabalhadores brasileiros da indústria naval têm tanta competência para produzir plataformas quanto os metalúrgicos de Cingapura, da Coreia, do Japão ou de outros países. De acordo com Lula, os governos anteriores perderam a chance de reativar a indústria naval e, com isso, deixaram passar a oportunidade de dar emprego a jovens e a evitar que eles entrassem na criminalidade.
? O país foi se autodestruindo. Aprendemos que era melhor importar [plataformas], que era mais barato. Mas a cada plataforma que se construía lá fora, a cada emprego que não se gerava por aqui, quantos adolescentes permitimos que fossem encaminhados para a criminalidade, pela falta de perspectiva de trabalho. É a falta de esperança que leva um adolescente ao desespero ? afirmou.
Lula também aproveitou seu discurso na cerimônia de batismo da P-57 para criticar a gestão de governos anteriores na Petrobras. Disse que, em outras épocas, a empresa estatal petrolífera era considerada uma caixa-preta.
? Hoje a Petrobras é uma caixa transparente ? disse.
No discurso, Lula também se despediu de Angra dos Reis, dizendo que não voltará mais à cidade até o fim de seu mandato, em 31 de dezembro deste ano. O presidente aproveitou para afirmar que teve um mandato “republicano” e que nunca deixou de beneficiar qualquer estado ou prefeitura por ser controlada por um partido político diferente do seu.