De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, no encontro, que ocorrerá no próximo sábado, às 11h da manhã (horários de Washington), o principal ponto a ser discutido será a delicada questão das pesadas taxas de importação, que dificultam a entrada do etanol brasileiro nos Estado Unidos.
? Uma das coisas que o presidente Lula poderá dizer, já que os Estados Unidos falam da necessidade de substituição da matriz energética. Ele pode dizer o seguinte: nós temos uma boa receita para isso: eliminar a tarifa do etanol. Redução de tarifas.
O presidente Lula será um dos primeiros chefes de governo a visitar Obama, que tomou posse no fim de janeiro. Segundo o Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorin, o Brasil tem uma boa relação com os Estados Unidos, que pode ser aprofundada por causa da afinidade de pensamento entre os dois presidentes. Exemplos brasileiros, podem até servir de modelo para os norte-americanos.
? Olho para o orçamento americano sobre saúde, educação, universalidade do sistema de saúde. Lá há 42 milhões de pessoas fora do sistema. Acho que o nosso SUS pode servir de modelo ? diz Amorim.
Outro assunto que deve ser abordado pelos presidentes são propostas para combater a crise financeira. Segundo Celso Amorim a conclusão da Rodada de Doha que trata da liberação mundial do comércio é uma das opções.
? Estados Unidos e Reino Unido analisam uma proposta conjunta com relação ao financiamento do comércio. Acho importante que seja facilitado o crédito para o comércio entre países em desenvolvimento. Outra questão é a própria Rodada de Doha sem ilusão de que seja uma panacéia.
Segundo ele, o presidente deve defender o aprofundamento da regulação de setores do mercado como um dos remédios para a crise econômica global.
De acordo com Amorim, a melhoria no relacionamento de países da América Latina – sobretudo Cuba, Venezuela e Bolívia – com os Estados Unidos está entre as preocupações que Lula deve levar a Obama.
? É inevitável tratar do tema de Cuba. De certa forma, o tema já está na agenda do governo norte-americano.
Além de Washington, o presidente Lula também irá à Nova York para participar durante dois dias de um seminário organizado pela Câmara Brasil-Estados Unidos.