Presente aos encontros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs que Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) faça um diagnóstico sobre as causas da inflação de alimentos.
? Eu sugeri, entre outras coisas, que era preciso que nós tivéssemos não apenas um discurso comum, mas um diagnóstico comum do que está acontecendo hoje no mundo do alimento ? relatou Lula em coletiva de imprensa.
Como esperado, o presidente repetiu o argumento levado à Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no começo do mês, na Argentina: a especulação nos mercados que comercializam safras futuras é uma das principais causas da inflação de alimentos. Lula também aproveitou para isentar de culpa os biocombustíveis.
? Os mais precipitados acham que o biocombustível é o responsável, e a gente tem que fazer eles entenderem toda hora que, com exceção do milho norte-americano, não tem nenhuma novidade na área do biocombustível. O Brasil continua produzindo onde produzia, como produzia e aperfeiçoando ? assegurou.
Mais uma vez, Lula chamou atenção para o reflexo da alta do petróleo ? também objeto de especulação em mercados de futuros ? nos preços dos alimentos. Segundo ele, no Brasil o custo da energia representa 30% do custo do alimento e o percentual deve ser ainda maior em países que não produzem petróleo.
? Aqueles que tiveram a experiência de perder com o subprime [investimentos no sistema imobiliário] americano estão agora utilizando o dinheiro dos fundos para especular com petróleo e com alimentos ? disse.
A política de formação de estoques também foi apontada como uma das causas da inflação alimentar atual e de uma possível alta de preços no futuro.
? Mostrei aos nossos parceiros do G13 que faz exatamente cinco anos que o mundo está comendo estoque. Se você está comendo estoque e não repõe, isso um dia vai faltar ? argumentou.