Lula defendeu que as nações passem a atuar de forma global e não mais isolada porque isso pode levar ao protecionismo causando um desequilíbrio na economia internacional e agravando a guerra cambial. O ideal, segundo ele, é que os representantes informassem de forma detalhada como estão os números referentes ao emprego e desemprego, assim como exportações e importações. Para ele, desta forma, é possível avaliar a situação como um todo.
? Há uma contradição: de um lado há os países emergentes, como o Brasil, que tomou medidas rápidas e o resultado foi rápido. Isso aconteceu com todos os emergentes. Ao contrário, os países ricos fizeram uma contenção no consumo ? afirmou o presidente ao desembarcar em Seul para a Cúpula do G20.
? Se cada um for pensar só em si, vamos voltar à velha política do protecionismo, o que não ajudou país algum ? completou.
Porém, Lula negou que ocorra pressão sobre os Estados Unidos e a China que adotaram medidas que desvalorizam suas moedas e causam o acirramento da crise cambial.
? Não se deve ter medo de vir para uma reunião com receio de divergências. Não pode é cada um tentar resolver seu problema, sem levar em conta os reflexos nos outros países ? disse ele.
De acordo com o presidente, essa questão econômica não ameaça a soberania dos países, mas é necessário que novas condutas sejam adotadas para impedir reflexos negativos, sobretudo, nos países mais pobres.
? Ninguém quer diminuir a soberania de nenhum país. Não poderemos tomar decisões sem levar em conta os reflexos nos outros países de economias mais frágeis. O G20 não é cada um por si e Deus por todos. É todos por todos e Deus por todos ? acrescentou ele.
Lula reiterou ainda que os últimos números apresentados pelo governo brasileiro indicam avanços.
? O Brasil gerou mais empregos. Nós estamos tendo o menor desemprego da série histórica. Nós fizemos a lição. Vocês estão lembrados que eu fui para a televisão pedir para a povo comprar. É isso que nós queremos que os outros países façam [algo semelhante] ? afirmou.