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Diversos

De fogões a máquinas agrícolas: Magazine Luiza agora também financia o agro

A gigante varejista criou o Consórcio Magalu, que sorteia empréstimos com juros totais mais baixos do que os oferecidos no Moderfrota; veja como funciona

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Produtor pode acessar até R$ 900 mil no Consórcio Magalu; entenda como. Foto: Canal Rural

Ao longo deste ano-safra, linhas de crédito de investimento foram paralisadas por conta da escassez de recursos subsidiados. O Plano Safra não tem sido suficiente para atender à necessidade de todos os produtores rurais.

Com a dívida pública no maior patamar desde 2005, acima de R$ 1,3 trilhão, é improvável que o governo federal destine muito mais recurso à equalização de juros do crédito rural.

Em meio a tudo isso, o Consórcio Magalu, que pertence à gigante varejista Magazine Luiza, também conseguiu atrair o público do agronegócio que quer e precisa investir em máquinas agrícolas.

Segundo o gerente-executivo comercial Edvaldo Ferraro, produtores já conseguiam adquirir máquinas agrícolas participando de consórcios voltados a veículos, mas foram feitas mudanças para adaptar o serviço à realidade do agronegócio.

No segundo semestre de 2020, o consórcio decidiu elevar a faixa de crédito para R$ 120 mil a R$ 300 mil por cota, contemplando mais facilmente os valores das máquinas agrícolas, já que cada produtor pode comprar até três cotas, somando R$ 900 mil se contemplado em todas.

“Aproveitamos uma oportunidade de mercado, mas olhamos muito para o nosso propósito como empresa. Hoje, a gente pode achar que não tem interferência, mas se um produtor tem acesso a maquinário com um custo menor, é toda uma cadeia que se movimenta. A gente sempre focou no ganha-ganha”, diz.

Como funciona o consórcio?

Numa explicação simples, consórcios são grupos formados por pessoas que compram cotas para adquirir um mesmo tipo de bem. Os recursos dos indivíduos são somados e usados para financiar a a aquisição desse produto, por meio do recurso que vai sendo repassado aos membros do consórcio dentro de uma certa periodicidade. “É um sistema de autofinanciamento”, resume Ferraro.

No caso do Consórcio Magalu, o produtor pode pagar R$ 943,51 por mês para ter acesso a sorteio mensal para acessar até R$ 120 mil. Uma vez sorteado, a empresa libera esse crédito para aquisição de máquinas agrícolas.

Diferentemente de um empréstimo no banco, a empresa não trabalha com taxa de juros anual, mas com uma taxa de administração total de 16%, sendo cobrada ao longo do primeiro ano de pagamento. Nesse caso, o produtor tem até 120 meses (dez anos) para terminar de pagar.

O consórcio estima que o tempo para contemplação em sorteio vai de 60 a 80 meses, mas pode variar. Por isso, Ferraro destaca que o consórcio é uma opção para o produtor que não precisa daquele item no curto prazo, mas que está planejando uma troca futura.

“Ele escolhe o maquinário que vai ser cobrado no momento da contemplação, então damos essa flexibilidade. E o valor é sempre corrigido para que ele não perca poder de compra”, afirma o gerente.

Caso o produtor queira tentar adiantar o acesso, ele pode participar de uma outra modalidade do consórcio através de um leilão secreto (outros membros do consórcio não têm acesso aos valores ofertados). “A gente abre no dia da assembleia e dizemos: ‘o contemplado deste grupo é o cliente X’. Esse cliente precisa pagar essa cota ofertada”, salienta.

Compensa para o produtor?

O Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) disponibiliza recursos com juros de 7,5% por ano, sendo que o produtor tem até sete anos para quitar o empréstimo. Diante disso, tanto a taxa do consórcio (16% cobrado no primeiro ano) quanto o prazo para pagamento (dez anos) acabam compensando.

Plano da expansão da Magalu

Todas as lojas da Magazine Luíza espalhadas pelo Brasil vendem também as cotas do consórcio. Mas, além delas, a empresa tem 600 gestores de negócios especializados, que são especialistas que negociam com produtores. A ideia é ampliar o quadro de profissionais para popularizar o serviço.

“As pessoas ainda não entenderam a fundo o grande propósito do consórcio. Quanta gente tem financiamento e quanta gente tem consórcio? Os recursos lá fora são finitos e pode chegar um momento em que não haverá condição de financiar algum determinado segmento. Para o momento que o Brasil está vivendo, o consórcio é muito valioso”, afirma.

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