Maior cerealista do RS decide investir R$ 40 milhões

Obras permitirão o aumento da capacidade de armazenagemA cerealista E. Orlando Roos, com sede em Não-Me-Toque, na região do Planalto, no Rio Grande do Sul, dará início a partir de abril à construção de três novas unidades de armazenagem no Estado, além da ampliação de uma quarta. Para a próxima semana, está prevista a assinatura do contrato entre a empresa e a CaixaRS que permitirá o repasse dos R$ 40 milhões necessários ao investimento.

Os recursos, oriundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, permitirão a instalação de unidades em Tio Hugo, Ernestina e Almirante Tamandaré e a construção de novos silos na planta de Carazinho. Com isso, a cerealista ? a maior produtora de sementes do Estado ? passará a contar com 11 plantas em oito municípios do Planalto. Parte do empréstimo também será usada na modernização das atuais instalações, nas quais já estão sendo investidos R$ 10 milhões com recursos próprios.

A projeção do presidente da companhia, Orlando Roos, é de que os trabalhos sejam concluídos em um ano e resultem na ampliação de um terço do quadro funcional, hoje em 250 trabalhadores. A capacidade de armazenagem será elevada de 330 mil toneladas para 450 mil toneladas, com mais fôlego para a empresa.

? Hoje, já estamos tendo de vender milho a preços baixos para abrir espaço à safra ? revela Roos.

O diretor de operações da CaixaRS, Rogério Wallau, explica que a linha de crédito para armazenagem está aberta tanto para produtores rurais quanto para cerealistas. No ano passado, foram repassados R$ 125 milhões para ampliar a capacidade de armazenamento em 500 mil toneladas de grãos. Com a crise, a meta é ao menos repetir o resultado de 2008.

O Estado tem uma capacidade estática de armazenagem de 22,116 milhões de toneladas. Para o presidente da Federação da Agricultura, Carlos Sperotto, a dificuldade não é apenas falta de espaço, mas também de armazéns controlados por produtores rurais, sozinhos ou em consórcio, para que possam dispor de mais autonomia no momento de vender a safra.