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Maior disponibilidade pressiona as cotações do milho

Segundo levantamento da Scot Consultoria, no acumulado de janeiro a abril, a saca de 60 quilos recuou 24,6% na região de Campinas (SP), ficando cotada em R$ 28,20 na primeira quinzena do mês

Fonte: Divulgação

A maior disponibilidade prevista para a temporada (2016/2017) pressiona para baixo as cotações do milho no mercado brasileiro. Segundo levantamento da Scot Consultoria, no acumulado de janeiro a abril, a saca de 60 quilos recuou 24,6% na região de Campinas (SP), ficando cotada em R$ 28,20 na primeira quinzena do mês. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o milho está custando 41,6% menos este ano.

O cenário este ano é bem diferente do registrado no primeiro semestre de 2016, quando o clima adverso prejudicou a produção nacional e, este fato, somado a demanda firme, tanto no mercado interno como para exportação, enxugou os estoques internos e fez o preço subir.

Em 2017, além do incremento da produção, a demanda pelo cereal está mais fraca. No mercado interno, prevalecem as incertezas e especulações sobre um possível ajuste na produção de aves e suínos, em decorrência da ação Carne Fraca, da Polícia Federal, que poderia impactar diretamente na demanda por milho. Estas duas espécies responderam por mais de 80% da demanda por ração no país em 2016, segundo o Sindirações.

Com relação as exportações, que somaram 11,85 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2016 (recorde), no mesmo período deste ano, totalizaram 2,18 milhões de toneladas. Os embarques diminuíram 81,6% este ano, em função da menor competitividade do milho brasileiro no mercado internacional.

Para uma comparação, a tonelada do milho brasileiro está cotada em US$ 176,00 para exportação, enquanto o milho norte-americano é negociada ao redor de US$ 150,00 por tonelada.

Do lado da produção, considerando a primeira e segunda safras, estão estimadas 91,47 milhões de toneladas em 2016/2017, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). São 37,5% ou 24,94 milhões de toneladas a mais no ciclo atual, frente a safra passada (2015/2016). Com a demanda patinando e o aumento da oferta, os estoques finais foram revisados, mês a mês, desde outubro do ano passado.

Inicialmente, a Conab falava em 9,54 milhões de toneladas em estoques no país ao final de 2016/2017. No relatório de abril/17, o volume foi estimado em quase vinte milhões de toneladas, o maior da história. 

Maiores quedas

Aproximadamente 67,3% do volume de milho previsto para a safra atual é referente a produção na segunda safra. Isto significa que 61,61 milhões de toneladas do grão deverão chegar ao mercado brasileiro a partir de junho/julho, com a colheita da safra de inverno. Desta forma, não estão descartadas quedas nos preços do cereal.

Levando em conta a baixa comercialização da soja em 2016/2017, a situação poderá se agravar pela falta de armazéns para estocar o milho colhido na segunda safra, o que aumentaria ainda mais a pressão para venda e, consequentemente, a pressão de baixa sobre as cotações.

Por fim, apesar dos fundamentos de mercado baixistas (maior oferta e demanda patinando), o clima é sempre uma incógnita e merece atenção, em especial nos próximos meses, de desenvolvimento da segunda safra.

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