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Mais de 300 pingüins achados na Bahia serão levados de volta ao RS

Animais tiveram rota desviada em busca de alimentosUm vôo conduzindo visitantes inusitados chega nesta quinta, dia 2, ao sul do Rio Grande do Sul. Cerca de 330 pingüins-de-magalhães devem sair de Salvador, na Bahia, e desembarcar no Aeroporto Internacional de Pelotas. O vôo estava previsto para essa quarta, dia 1º, mas foi suspenso.

Um caminhão refrigerado estará esperando as aves para levá-las ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram), em Rio Grande, onde serão tratadas e devolvidas ao mar. Será um recorde de hospedagem para o centro, que costuma receber até 150 pingüins a cada pedido de socorro ? geralmente devido a desastres ambientais.

Os pingüins-de-magalhães migram anualmente para o Brasil atrás da anchoíta, peixe do qual se alimentam. Da Patagônia argentina, os animais pegam correntes marinhas em direção ao norte brasileiro, mas a jornada costuma se encerrar nas praias do Rio de Janeiro, no máximo. Entre agosto e setembro, retornam às colônias no sul do continente para reprodução.

Neste inverno, devido a fenômenos aparentemente naturais, mais de mil pingüins prolongaram sua rota até o Nordeste. A maioria morreu em praias de Sergipe e Espírito Santo. Os animais que chegam nesta quinta a Rio Grande são juvenis e ainda não se reproduzem.

Para a analista ambiental do Ibama Camila Vianello, que supervisiona a viagem no vôo da Força Aérea Brasileira (FAB), os motivos para o desvio do percurso são resultado de uma combinação de fatores.

? As correntes estavam mais fortes e quentes este ano, e é nelas que eles encontram mais alimento. Além disso, o excesso de pesca nos mares da Patagônia argentina não pode ser descartado ? diz a especialista.

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