Mais cana na matriz energética depende de investimentos no setor, aponta consultor da Unica

Alfred Szwarc avaliou o cenário sucroenergético brasileiroUm aumento na participação de derivados de cana-de-açúcar na matriz energética nacional na próxima década dos atuais 17,7% para 21,8%, conforme projeção do Ministério de Minas e Energia (MME), vai depender de investimentos significativos no setor sucroenergético, principalmente na construção de novas usinas e em tecnologias que aumentem a produtividade dos canaviais. Esta é a opinião do consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, sobre um do

– Apenas a sinergia entre várias ações poderá assegurar à cana uma posição sustentável em 2020. Investimentos em novas unidades produtoras, inovação tecnológica, redução de custos e uma crescente profissionalização do setor são ações que deverão ocorrer de forma simultânea. Só assim haverá uma maior oferta de cana e de seus produtos derivados – afirma o executivo da Unica.

As projeções que indicam o aumento do uso do etanol e da bioeletricidade nos próximos oito anos foram reafirmadas pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura Filho, durante participação no congresso de geração de energia EnerGen LatAm 2012, realizado no dia 30 de janeiro no Rio de Janeiro (RJ).

Ventura enfatizou os dados publicados no PDE 2020, elaborado em junho de 2011 pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No documento, os dois derivados da cana e o gás natural – que subirá de 10,3% para 14,4% – serão as únicas fontes de energia a aumentarem suas participações na matriz energética brasileira na próxima década.

Outro destaque está na redução da participação de duas fontes muito utilizadas no Brasil: o petróleo e a hidroeletricidade. Os recursos fósseis cairão de 36,9% para 30,4% na matriz energética nacional, mesmo com a exploração da camada pré-sal, cujo conteúdo deverá ser exportado, segundo o MME. Já a hidroeletricidade, que hoje ocupa 14,1%, deverá ter o percentual reduzido para 12,5%, deixando de ser a terceira fonte energética do País, que passará a ter o gás natural nesta posição.

Na opinião do especialista em Emissões e Tecnologia da Unica, estas perspectivas não vão alterar a condição do Brasil como uma das nações que mais utilizam energias renováveis em todo o mundo. Atualmente, elas representam 45,5% de todas as fontes energéticas utilizadas no País, informa o último Balanço Energético Nacional (BEN 2011).