Mais de 30% dos caminhoneiros do Sistema Anchieta-Imigrantes excedem a jornada de trabalho

A lei determina que os motoristas profissionais devem trabalhar oito horas por dia, com no máximo duas horas extrasUma pesquisa revelou que mais de 30% dos caminhoneiros que trafegam em rodovias que levam ao Porto de Santos dirigem mais que o limite de horas permitido pela lei. Muitos deles fumam, consomem álcool e até usam drogas para continuar dirigindo. Os dados mostram que é preciso atenção com a saúde dos motoristas.

O levantamento aponta que 31% dos motoristas dirigem por, aproximadamente, 12 horas por dia; 28% dormem menos que seis horas por noite; 27% fumam; 24% consomem bebida alcoólica diariamente; e 7% já usaram drogas.

– Muitos continuam dizendo que eles usam algum tipo de substância estimulante. Até drogas, cocaína, ou outros tipos de drogas pra ficarem em alerta. Entretanto, a própria droga faz com que eles percam o foco na estrada e cometam algum acidente – afirma o médico José Carlos Aguiar Paiva.

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A Lei 12.619/2012, conhecida como Lei dos Motoristas, afirma que a jornada dos profissionais deve durar oito horas, com o máximo de duas horas extras. Porém, essa não é a realidade da maioria dos caminhoneiros. O motorista Walter Gomes lamenta a dificuldade de monitorar a própria saúde.

– O caminhoneiro muito pouco tempo tem pra fazer uma medição arterial, só na última hora mesmo. Não tem tempo suficiente pra fazer isso aí. É muita viagem, muito tempo de trabalho – relata Gomes.
 
Muitos profissionais aproveitaram uma ação pelo Dia dos Caminhoneiros, realizada rela concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, para medir o nível de açúcar no sangue e também conferir a pressão arterial.
 
– A mais comum que é verificada aqui é a hipertensão. Principalmente por eles já terem a vida sedentária e a dieta irregular, fora o estresse porque vivem na estrada então é um estresse físico e emocional – enfatiza o médico José Carlos Paiva.
 
Alguns cuidados diários podem ajudar os caminhoneiros a ter uma vida mais saudável.
 
– Ele pode tentar em cada parada dele nos restaurantes procurar uma comida mais leve, com menos gordura, menos sal – aconselha Paiva.

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