Mais de 11 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas em SP

Defesa Civil confirma a morte de 23 pessoas por causa da chuvaNo Estado de São Paulo, a Defesa Civil confirma, até o início da noite desta quinta, dia 13, a morte de 23 pessoas por causa da chuva. Setenta e três municípios foram atingidos e mais de 11 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.

A maior parte dos prejuízos ocorre nas zonas urbanas. É o caso de Franco da Rocha, cidade que foi inundada pela abertura das comportas de uma represa. Lá a zona rural não foi afetada, mas o excesso de chuva vem causando sim prejuízo à agricultura paulista. Em Atibaia, a 65 quilômetros da capital, plantações de flores e hortaliças estão debaixo d’água. Nesta quinta, dia 13, o prefeito da cidade culpou o governo do Estado pelo atraso nas obras do rio que atende à cidade, o que evitaria as enchentes.

A chuva não para em Atibaia.

Apenas nos últimos onze dias, choveu mais de 430 milímetros, a mesma quantidade registrada em todo o mês de janeiro do ano passado. Nesta quinta,  o prefeito José Bernardo Dening, concedeu uma entrevista coletiva para fazer um balanço dos estragos. Já no início, mostrou dezenas de ofícios que, segundo ele, ao longo de 2010 foram encaminhados ao governo do Estado.

? Nós estamos com todas estas solicitações, solicitando autorização para podermos fazer uma intervenção no rio. Não conseguimos autorização de nenhum órgão competente do Meio Ambiente ? disse Dening.

Ele explicou que a Prefeitura não pode mexer no rio sem autorização dos órgãos competentes do Estado. É preciso que o Estado faça um estudo que aponte qual a solução para evitar as cheias, possivelmente um desassoreamento.

Enquanto não há uma solução, a área rural sofre as consequências. Muitas lavouras estão embaixo d’água. Produtores de hortaliças, frutas e flores não escaparam. O produtor rural René Nardini cultivava em 2,5 hectares de copos de leite, estrelícia e vime. Tudo ficou submerso.

Cerca de 90% da produção foi perdida, o que causou um prejuízo de R$ 100 mil. Caminhando pela plantação, Nardini mostra as flores que agora vão para o lixo. O produtor está desanimado.

? Olha, a gente já começa a achar que não deve investir para o próximo ano nesta mesma área. Então, a gente já esteve conversando sobre a possibilidade de não cultivar mais aqui e levar o cultivo para outras áreas ? contou Nardini.

A Prefeitura ainda não tem um levantamento completo sobre as perdas na área rural do município. A boa notícia, segundo o prefeito, é que o  Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado está iniciando o tão esperado Estudo de Zoneamento de Áreas Inundáveis.

? Equipes do DAEE já correram o rio Atibaia, já estão contratando empresas para que se façam todos os estudos de regiões alagáveis da cidade. Deve ser feito desassoreamento no rio Atibaia, desocupação de áreas, desapropriações, canalização com piscinões. Aí vai depender destas medidas tomadas de acordo com os técnicos ? concluiu Dening.