A falta de capital de giro é hoje uma realidade no setor. Depois da crise, a maioria das fontes de crédito secou e as cooperativas ficaram com grandes dificuldades para fazer novos investimentos, comercializar seus produtos e até para pagar os associados. Há mais de três meses, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) reivindica um montante maior de recursos.
O órgão sugeriu ao governo a ampliação do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), que hoje está restrito apenas a linhas de investimento, com orçamento de R$ 1 bilhão. A proposta é permitir financiamentos para capital de giro e ter um reforço de R$ 300 milhões.
O setor também quer a criação de um programa de capitalização para as cooperativas agrícolas. Hoje já existe uma linha semelhante para as de crédito, o Procapcred, que tem disponível R$ 600 milhões e ajuda a fortalecer essas sociedades, que usam esses recursos para conceder financiamentos aos cooperados. O Procapagro teria o mesmo modelo, um orçamento de R$ 2 bilhões e poderia viabilizar a capitalização das cooperativas rurais.
? O recurso é necessário, urgente, não só para as cooperativas exportadoras, que hoje vivem um grande gargalo, mas também para as cooperativas que atuam no mercado interno. A necessidade de capital de giro é iminente, é muito grande, porque secaram as fontes ? afirma a presidente da OCB, Márcio Lopes.
O Ministério da Agricultura já aprovou as sugestões e acredita que os recursos estarão disponíveis, no máximo, no mês que vem.
? Já há uma decisão a nível de governo. O ministro Mantega já concordou e cabe agora à assessoria do Ministério da Fazenda encontrar a fonte do recurso e, de preferência, que seja um recurso dado direto às cooperativas, e não via sistema bancário ? diz o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.