Boas condições climáticas para o milho verão fizeram com que o plantio avançasse, chegando a 36,8% na última semana, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Já na Argentina, a Bolsa de Cereales reportou que a semeadura do cereal está em 34,5% da área, um progresso de 5,6% em relação à semana anterior.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
Quanto à demanda, o mercado interno continuou sendo o maior demandante, mas o ritmo de negócios segue lento, mesmo com uma melhora significativa nos preços.
O milho encerrou a semana cotado a US$ 4,15 por bushel (alta de 1,22%) em Chicago, para o contrato com vencimento em dezembro de 2024. Seguindo o movimento externo, no Brasil, na B3, o grão seguiu em alta, com fechamento de 1,04%, encerrando a R$ 73,05 por saca no vencimento de novembro de 2024.
Veja a análise da plataforma Grão Direto sobre quais fatores devem mexer com o mercado do milho nesta semana que se inicia.
O que esperar do mercado do milho?
- Acompanhamento de safra: para a safra de verão, mesmo com uma redução de área de 5,4%, a produtividade deve crescer 4,6%, totalizando uma produção de 22,72 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,1% em relação à safra 2023/24, de acordo com a Conab. Já para a segunda safra, a entidade projeta um aumento de 1% na área e de 3,8% nos rendimentos por saca, com produção estimada em 94,63 milhões de toneladas, um crescimento de 4,8%. Embora haja maior disponibilidade, a Conab projeta que os embarques podem diminuir em 2 milhões de toneladas em relação à previsão para esta temporada, de 34 milhões de toneladas. Por outro lado, a Companhia indica que o consumo pode aumentar em cerca de 3 milhões de toneladas na safra 2024/25, atingindo 87,03 milhões de toneladas. Dessa forma, restariam 5 milhões de toneladas de milho até janeiro de 2026, um volume inferior à média de 9,6 milhões das últimas cinco safras.
- Demanda interna: os maiores demandantes do milho brasileiro são os setores de nutrição animal e as usinas de etanol de milho. “Nos últimos 30 dias, vimos os preços do frango congelado, da carcaça de suínos e do etanol caindo, mas não o do cereal no mercado interno. O fator que explica a alta do cereal no curto prazo é a baixa comercialização por parte do produtor e a melhora na margem do pecuarista, um dos maiores consumidores”, diz a nota da Grão Direto. Segundo a plataforma, nesse cenário, as altas recentes são uma janela de oportunidade para quem possui milho disponível, pois, com o avanço da safra de soja, tanto para capitalização quanto para liberar espaço na armazenagem, a comercialização do milho deve ganhar ritmo e a alta demanda deverá pressionar os preços.
- Oferta brasileira e global de milho: a Conab indicou que a produção total de milho em 2024/25 pode somar 119,74 milhões de toneladas, 3,5% a mais que a de 2023/24. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que a produção de 2024/25 pode totalizar 1,21 bilhão de toneladas, enquanto o consumo deve alcançar 1,22 bilhão de toneladas, resultando em um déficit de 20 milhões de toneladas.
Considerando os dados acima, a Grão Direto projeta mais uma semana positiva para o milho no Brasil, seguindo a tendência da última semana.