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Malte produzido com cevada do Paraná abastece cervejarias do país

Área plantada com cevada no Estado aumentou 11% nesta safraA área plantada com cevada no Paraná aumentou 11% nesta safra. O preço não é muito animador, mas uma cooperativa vai garantir a compra de toda produção. A cevada paranaense é utilizada para fabricar o malte, que abastece 95% das cervejarias do país.

A semeadura dos 53 mil hectares de cevada começou em maio e terminou em julho na região de Guarapuava. A cultura é importante para rotação de culturas no centro-sul do Estado. O clima permite plantio de milho somente no verão. As geadas e o excesso de chuvas também ameaçam a cevada, mas os produtores têm uma boa razão para investir no cereal.

? É uma cultura de extremo risco, como todas as culturas de inverno, principalmente climático. Todos os produtores no Brasil correm esse risco, mas nossa vantagem é pela indústria onde a gente consegue colocar o nosso produto sempre ? relata o agricultor  Cristian Abt.

Cevada é preciosa porque se transforma em malte, um dos componentes básicos da cerveja. A colheita, que começa em setembro e vai até dezembro, deve ser de 195 mil toneladas, 8% maior do que a safra passada calcula a Secretaria de Agricultura do Paraná.

Apesar dos altos riscos, os produtores têm uma garantia: praticamente toda a produção de cevada da região é absorvida pela Cooperativa Agrária. A maltaria, construída na década de 1980, foi ampliada em 2009. Hoje tem capacidade para produzir 230 mil toneladas de malte por ano.

A maltaria é uma das agroindústrias da cooperativa, formada por imigrantes alemães. Os 550 cooperados abastecem a fábrica. A cooperativa também estimula o plantio em Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. Mas, é exigida a qualidade desde a variedade semeada.

? Nós determinamos na recepção da cevada a qualidade da carga. Analisamos proteína, tem que ter uma classificação mínima, e uma germinação mínima de 95%. A qualidade da cevada pode determinar a qualidade do malte. Uma boa cevada pode fazer com que nós atingimos uma boa qualidade de malte. Uma cevada sem qualidade não vai nos dar um malte com qualidade ? explica o coordenador da maltaria, Vilmar Schüssler.

O malte produzido em Guarapuava é utilizado por mais de 100 cervejarias no Brasil, de artesanais a grandes, são mais de 300 marcas. A maltaria é a segunda maior da América Latina. Na ampliação da fábrica foram adquiridos novos equipamentos.

A transformação da cevada em malte passa por várias etapas. Em uma sala, o índice de umidade é elevado para que o grão germine. Com a germinação controlada se busca a qualidade do malte. Uma espécie de pá gigante movimenta toneladas de cevada. A peça leva duas horas para fazer um giro completo. No final, os grãos brotaram.

A pequena ponta, rica em proteínas, é retirada e usada na fabricação de ração animal. O grão que fica já é o malte e vai para a secagem, para a finalização do processo. Com o lúpulo, a água e a fermentação, o malte compõe o sabor de cada cerveja.

A cevada ajuda a manter economia de pequenos e médios agricultores de Guarapuava, parte de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.

? O mercado brasileiro de cervejas tem crescido muito nos últimos anos, isso com certeza está relacionado ao crescimento da economia brasileira de um modo geral e o consumo de cerveja tem aumento nesses anos. Isso faz com que, logicamente, toda a cadeia seja beneficiada, ou afetada por esse crescimento ? relata o presidente da Cooperativa Agrária, Jorge Karl.

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