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Mamona e pinhão-manso podem ser matérias-primas para biorrefinarias

Pesquisadores brasileiros apresentaram alternativas que estão utilizando para monitoramento e controle de qualidade de destoxificação nas tortas da mamona e do pinhão-mansoAs dificuldades para determinar substâncias tóxicas nas tortas da mamona e do pinhão-manso permearam as discussões no Simpósio de Destoxificação e Aproveitamento de Tortas de Pinhão-manso e Mamona (SiDAT). O evento foi realizado na última sexta, dia 6, no auditório da Embrapa Estudos e Capacitação, em Brasília.

As discussões giraram em torno dos métodos analíticos para identificação de substâncias tóxicas e das alternativas, além da ração e dos fertilizantes. A primeira palestra foi ministrada pelo diretor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) Harinder Makkar, que desenvolveu o método analítico mais utilizado atualmente para determinação de ésteres de forbol – principal substância tóxica do pinhão-manso.

Na mesma mesa-redonda de que participou Makkar, pesquisadores brasileiros apresentaram as alternativas que estão utilizando para monitoramento e controle de qualidade de destoxificação das tortas.

Uma das opções apresentadas foi a realização de bioensaios que empregam espécies de caramujos que são altamente sensíveis a doses muito pequenas de ésteres de forbol, metodologia que poderá ser empregada, por exemplo, na avaliação de adulteração de rações.

Biorrefinarias

As novas formas de agregar valor e aproveitar as tortas também permearam os debates no SiDAT. Nesse sentido, foi defendida a busca de alternativas para o aproveitamento total da biomassa das culturas em questão, fortalecendo o conceito de biorrefinarias.

Nesse tipo de indústria, diversas instalações utilizam a biomassa para dar origem, por meio de processos sustentáveis, a energia e vários produtos: biocombustíveis, rações, fertilizantes, produtos químicos.

– Nós não queremos perder um micrograma – afirmou Makkar, sobre os desafios e oportunidades para utilização do pinhão-manso. Ele acredita que os ésteres de forbol da oleaginosa possam ser empregados na fabricação de biopesticidas e aposta também no aproveitamento da lignina da casca, como combustível.

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, desafiou os participantes a apresentarem, no próximo Simpósio, mais trabalhos voltadas à área de biorrefinarias.

– Essas ações vão conferir valor agregado muito maior a essas oleaginosas – disse.

Mamona, pinhão-manso e outras culturas energéticas estarão novamente em debate este mês, no V Congresso Brasileiro de Mamona. Promovido também pela Embrapa Algodão e a Embrapa Agroenergia, com o apoio do Mapa, o evento acontece do dia 16 ao 19, em Guarapari, no Espírito Santo.

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