Criada pela Embrapa em 2007, a data coincide com o descobrimento do Brasil devido à relevância da raiz, encontrada pelos portugueses logo em 1.500. Para oficializar o Dia Nacional da Mandioca, atualmente tramita na Câmara Federal um projeto de lei de autoria do deputado federal Fernando Melo, do Acre. Estima-se que as atividades ligadas ao cultivo da mandioca e seu processamento gerem aproximadamente um milhão de empregos diretos.
Para o conselheiro da Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (Abam), Ivo Pierin Junior, o setor pode comemorar hoje um consumo interno consolidado.
? Ao contrário da produção, que está estacionada, o consumo mantém-se consolidado e tem potencial para crescer ainda mais. Tudo que o Brasil produz, hoje, é consumido pela própria população ? diz.
Hoje, o país figura como o segundo maior produtor mundial da raiz, atrás da Nigéria. A atual produção brasileira gira em torno de 25,5 milhões de toneladas, o equivalente a 60% da quantidade da Nigéria.
Ivo defende maior participação do Brasil no mercado internacional.
? Para atender o mercado externo, precisamos criar um excedente de produção. O Brasil tem capacidade para atender a todas as exigências, como qualidade e oferta constante, basta que se prepare ? afirma.
Para Ivo, a mandiocultura é o setor mais democrático.
? Tem mercado para todos, tanto para o grande quanto para o médio e pequeno produtor. Todos têm oportunidade de crescer, diferentemente do que acontece com o feijão e a soja.
Segundo estudo de mercado do Sebrae sobre o setor, o Nordeste é a principal região produtora de mandioca, com 35,9% da produção nacional; o Norte é responsável por 25,2%, e o Sul, por 23,1%. Consequentemente, os cinco maiores estados produtores pertencem às três regiões: Pará, Bahia, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul. Em termos de produtividade o Paraná atinge um índice significativo (21,4 toneladas/hectare), ficando atrás apenas de São Paulo (23,2 toneladas/hectare).
A produção do Nordeste conta com presença de centenas de ‘casas de farinha’, dedicadas à produção de pequenos volumes, tanto seca quanto d’água. O produto é consumido quase exclusivamente na própria região. Já a quantidade gerada nas Regiões Sul e Sudeste destina-se predominantemente ao processamento industrial, para a produção de farinha, fécula e outros derivados. Estes são utilizados na indústria alimentícia e em outras aplicações.