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Manifestantes fecham rodovia em protesto pela demarcação contínua de terra indígena em Roraima

Supremo Tribunal Federal julga legalidade da demarcação nesta quartaUm grupo de cerca de 500 manifestantes fechou nesta terça, dia 26, a BR-174, que liga Boa Vista a Pacaraima, por quase três horas para pedir a manutenção demarcação contínua da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Nesta quarta, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar a legalidade da demarcação, questionada por produtores de arroz e agricultores que vivem na área.

Sob sol forte, o protesto reuniu indígenas, agricultores, representantes dos Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Além de defender a demarcação da Terra Indígena, o grupo aproveitou o bloqueio para pedir a posse de uma fazenda na beira da rodovia, ocupada há oito dias por cerca de 200 famílias.

? Os trabalhadores sem terra e os sem teto passam pela mesma situação que a gente, assim como eles sentem na pele o sofrimento de não ter sua casa, não ter sua terra, nós também estamos sofrendo para ficar na nossa terra ? comparou a coordenadora do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Marizete de Souza.

Em cima de um carro de som, uma indígena entoava o canto do paricuari, pássaro da região, e dividia o microfone com o franciscano Frei Messias, organizador da manifestação. Segundo a coordenadora, o tema central é o direito à terra, o que justifica a reunião de vários movimentos sociais.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação foi pacífica e apenas uma pessoa foi detida após furar o bloqueio e invadir a pista onde estavam os manifestantes. De acordo com Marizete, nesta quarta um grupo de indígenas se reunirá no centro de Boa Vista para acompanhar o julgamento do STF.

? Estamos todos confiantes na decisão do Supremo, que eles [ministros] respeitem os nossos direitos, que estão amparados na Constituição Federal.

A líder indígena negou que os índios favoráveis à manutenção da demarcação contínua estejam preparando alguma resistência violenta caso o STF decida pelo contrário, mas não descartou a possibilidade de conflito com os produtores de arroz.

? Para nós o clima está pacifico, mas ninguém sabe o que eles [agricultores] estão programando, o que eles estão preparando.

Conflito após decisão do STF

Índios do distrito de Surumu, dentro da reserva, mostram-se preocupados com a possibilidade de conflito com produtores de arroz e outros agricultores brancos que vivem na área, após a decisão do tribunal.

? Tem muita gente estranha por lá esses dias, que fica rondando a aldeia, às vezes de moto, outras de carro. A gente sabe que são jagunços ? disse o cacique Severino, da etnia macuxi.

A Polícia Federal confirmou a convocação de contingente para reforçar o monitoramento da região nos próximos dias. Nesta segunda, um grupo de 50 agentes chegou a Boa Vista e será deslocado para a terra indígena, a cerca de 200 km da capital, para garantir reforço durante o julgamento e conter possíveis conflitos entre indígenas e produtores de arroz após a decisão do STF. Homens da Força Nacional de Segurança também estão na região desde abril.

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