Não era essa a intenção do governo quando reuniu tanta gente na sede do Banco do Brasil nessa segunda, dia 30. O vice-presidente, José Alencar, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Jorge, e Mantega, estavam preparados pra falar sobre o novo pacote contra a crise. Mas acabaram comentando também sobre as metas de crescimento da economia, num tom bem mais cauteloso do que nas últimas entrevistas.
O ministro da Fazenda disse que fica já satisfeito se o produto interno bruto (PIB) tiver qualquer crescimento este ano. E afirmou que os 4% de perspectiva tão anunciados antes da crise era apenas um objetivo. Não uma previsão:
? Eu me dou por satisfeito se no ano de 2009 tivermos um crescimento positivo de 1%, de 2% ou 2,5%, o que for, mas positivo de modo que não cai o nível de emprego e que mantenhamos as conquistas dos três, quatro anos.
Um dia antes de viajar para Londres, onde ocorrerá a reunião do G20 – os países considerados potências mundiais econômicas – , Guido Mantega relacionou o encontro no país europeu ao desempenho do Brasil diante da crise.
? Se no G20, na reunião que nós iremos esta semana, nós conseguirmos tomar medidas efetivas para aumentar o financiamento ao comércio internacional, que está escasso, nós poderemos dinamizar as exportações inclusive ao Brasil, e com isso caminhar para um nível de crescimento maior ? declarou o ministro.
Enquanto Mantega falava na sede do Banco do Brasil em São Paulo, o que crescia em frente ao prédio, na avenida paulista era o movimento organizado pela força sindical contra o desemprego neste período de crise. No mínimo, desconfortável para a cúpula econômica do governo no dia que começou tanto otimismo.