Mantega vê como insatisfatório acordo para dívida dos Estados Unidos

Ministro acredita que nações emergentes, como o Brasil, sofrerão com letargia econômica do paísO ministro da Fazenda, Guido Mantega, qualificou, nesta quarta, dia 3, como insatisfatório o acordo aprovado no Congresso norte-americano para elevar o teto da dívida do governo, a fim de impedir que o país declare moratória. De acordo com ele, não há condições de alavancar o crescimento econômico com esta medida.

Mantega considerou que, do ponto de vista financeiro, os Estados Unidos estará em uma posição sólida que o permitirá cumprir suas obrigações, mas advertiu que o país seguirá com um crescimento fraco e com alto desemprego.

? Felizmente conseguiram aprovar um aumento do endividamento, embora as medidas não sejam satisfatórias, porque resolve o problema da dívida e não há o risco de falta de pagamento. Porém, não acredito que o governo norte-americano tenha condições de fomentar o crescimento da economia ? disse Mantega a jornalistas.

Mantega ainda lamentou que tanto os Estados Unidos como a União Europeia devam continuar, por mais alguns anos, em situação de letargia econômica, o que afetará as nações emergentes, em condições econômicas melhores, que não encontram mercados para seus produtos nos países avançados e sofrem a valorização de suas moedas.

? Nós sofremos as consequências. Estamos em uma situação muito melhor, mas temos que nos defender pondo um cordão de isolamento no Brasil para não sermos prejudicados por essa situação ? disse Mantega, que não ofereceu detalhes sobre essa defesa.

Nesta terça, dia 2, o governo lançou uma política de estímulo à indústria, o Plano Brasil Maior, que incluiu medidas de defesa comercial e isenções tributárias para ajudar o setor a resistir aos efeitos da crise internacional.