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Mantega tenta explicar na Câmara desvalorização do real

Ministro da Fazenda disse que quedas nas bolsas de valores nas últimas semanas refletem fluxo de capitais em direção aos EUAO ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, nesta quarta, dia 26, que moedas em todo o mundo estão em desvalorização frente ao dólar americano e atribuiu ao Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, a responsabilidade pelo cenário. Mantega participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, onde foram discutidas as perspectivas para a economia brasileira.

– Temos hoje valorização do dólar e desvalorização da maioria das moedas, principalmente das moedas dos países emergentes. O banco central americano começou a desativar estímulos monetários que estava concedendo. Em função disso, os juros dos títulos americanos começaram a subir e criar uma saída de capitais do mundo todo para essa nova aplicação. Com isso, temos diminuição das aplicações financeiras do mundo todo – disse.

O ministro disse ainda que as bolsas de valores têm caído consecutivamente nas últimas semanas, refletindo saída de capitais das bolsas, que se dirigem aos EUA. Isso não significa, diz ele, que a liquidez internacional diminuirá, porque nos últimos anos os países avançados despejaram grande volume de liquidez nos mercados.

Mantega disse que depois que essa situação acalmar, os capitais financeiros continuarão a circular entre países, embora deva haver uma seleção para países com melhores condições.  Em sua avaliação, o Brasil vive no “rastro” da crise mundial que começou em 2008. Ele afirmou que a economia americana está em lenta recuperação e que a economia europeia continua em recessão.

– Os países emergentes também têm desacelerado crescimento econômico e mesmo a China tem registrado desaceleração em seu crescimento, que chegou a ser 10 ou 11%, com previsão que continue desacelerando.

Segundo ele, as baixas taxas de crescimento se traduzem em queda ou crescimento fraco do comércio internacional.

 – Boa parte dos países depende do comércio internacional para crescer. O comércio internacional cresceu menos de 1% no ano passado e este ano a previsão é de crescimento fraco, o que significa que países exportadores estão disputando os mercados disponíveis.

O reforço das reservas internacionais, um dos instrumentos do governo para o enfrentamento da crise, já superam US$ 370 bilhões, segundo dados do ministro da Fazenda.

Câmbio mexe com agronegócio

Nas últimas semanas, a valorização do dólar tem afetado os negócios nas principais culturas brasileiras. Orizicultores gaúchos esfriaram os negócios na expectativa de fortalecimento das exportações e de enfraquecimento das importações brasileiras para os próximos meses. O mercado de algodão também está com preços mais vantajosos para exportar, o que limitou a oferta no mercado interno, já pouco abastecido e no aguardo da colheita de Mato Grosso. 

No mercado do trigo, a baixa oferta nacional aliada à alta do dólar pode causar aumentos dos preços de produtos derivados. Farinha, macarrão, biscoitos e o pãozinho devem ter novos reajustes nos próximos meses em razão da entressafra do cereal, da dependência das importações e do dólar em alta.

Já a soja vive um bom momento. Os preços têm apresentado recuperação no mercado doméstico, especialmente devido à demanda firme para exportação do grão, estimulada pelo câmbio favorável.

Agência Estado
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