A liberação de crédito agrícola cresceu 16% com juros controlados e 64% com juros livres, de julho a setembro deste ano. Os números são do Ministério da Agricultura (Mapa) e foram divulgados pela Secretaria de Política Agrícola, nesta sexta, dia 9. Para a instituição, o crédito voltou a fluir, depois de ter sido represado em função das dificuldades dos bancos em obter esses recursos. O secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar, revelou as dificuldades dos bancos para garantir fontes de recursos para financiamento da safra.
– O período indica Banco do Brasil com vigor grande em cima da poupança rural, e bancos privados e bancos cooperativos trabalhando no limite da disponibilidade de recursos que eles têm – afirma Nassar.
Entre julho e setembro foram contratados pouco mais de R$ 31 bilhões a juros controlados e R$ 4 bilhões a juros livres. Nassar mostrou ainda que, enquanto os financiamentos com juros controlados avançaram 32%, os com juros livres aumentaram 8% em custeio e comercialização entre julho e setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Em investimentos, o avanço foi de 13%.O secretário observou ainda que as cooperativas caíram 3% em custeio e comercialização na mesma comparção, e que a participação do Nordeste no crédito rural tem caído por problemas climáticos. O Centro-Oeste, por outro lado, tem se destacado pela demanda de empréstimos para investimento.
Diante da escassez de crédito, a estratégia do governo é distribuir melhor os financiamentos entre os médios produtores.
– A gente vinha de vários anos em que o crédito rural vinha aumentando a participação dele no financiamento da safra, agora, claramente, o crédito rural não vai aumentar este ano por questões de ajuste e tudo isso – defende Nassar.
Seguro 2016
O Mapa havia definido que os recursos para o programa de seguro rural seriam de R$ 668 milhões para este ano, mas com o pagamento da subvenção que ficou pendente de 2014, somado ao corte no orçamento da União, na prática, sobraram pouco mais de R$ 316 milhões para cobertura de seguro em 2015. Este mesmo cenário pode se repetir.
No orçamento do governo para a subvenção do seguro rural de 2016 estão previstos apenas R$ 400 milhões. Mesmo assim, o secretário de Política Agrícola acredita que vai ser suficiente.
– É um orçamento compatível com aquilo que é a situação do governo e a gente vai conseguir fazer bastante coisa com os R$ 400 milhões. Estou bastante otimista que a gente vai cobrir boa parte da demanda por seguro no Brasil.