O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu nesta quinta, dia 16, pelo retorno da subvenção ao milho para estados do Nordeste que sofrem há quatro anos com a seca. O governo autorizou deságio de 13% no valor do preço de mercado para o programa de venda de milho em balcão para a região da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
O preço de venda será definido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com base nas cotações locais do produto, no limite mensal de seis toneladas por criador. O preço médio de mercado da saca de 60 quilos do milho está em R$ 39,00. Com o deságio, estima-se que o valor fique em R$ 33,90. A medida visa atender uma demanda dos pecuaristas da região, que enfrentavam problemas na alimentação dos animais.
Em junho, o Canal Rural relatou o aumento de mais de 58% no preço do milho na região. Na ocasião, o Mapa afirmou que a decisão pelo fim do incentivo havia sido tomada pelo Comitê Interministerial de Estoques Públicos (Ciep) e não se posicionou sobre um possível retorno. Os relatos indicavam que o subsídio criado em 2012 não voltaria.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, informou a decisão em encontro com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, e políticos locais. De acordo com os números da CNA, a seca provocou redução da renda do pecuarista instalado na região da Sudene.
Neste cenário, tem sido inviável para criadores de pequeno e médio porte (suinocultores, avicultores, bovinocultores, caprinocultores e ovinocultores, e bubalinocultores) desenvolver suas atividades, com sérias ameaças à agropecuária e a economia da região.
Outros fatores em 2015, além da seca, têm elevado os custos dos pecuaristas, casos do aumento da taxa de juros do crédito agrícola, inflação em alta, reajuste nos preços dos fertilizantes, defensivos, combustíveis e da mão de obra.
A Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme) mostra que a escassez hídrica afeta principalmente os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e parte de Pernambuco, Piauí e Bahia. No Rio Grande do Norte, por exemplo, 95% dos municípios estão em situação de emergência e estado de calamidade pública, equivalente a 153 cidades.
De acordo com a Conab, nos primeiros seis meses de 2015, a média das chuvas nos principais municípios produtores de grãos foi de 400 milímetros, quando a média histórica é de 700 milímetros.