Desde julho de 2006, indústrias e exportadores de óleos vegetais assumiram o compromisso de não comprar soja plantada em áreas desmatadas na Amazônia. O primeiro levantamento, elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pelo Greenpeace, mostrou que na safra 2007/2008 não foi constatado o plantio de soja em nenhuma das 265 áreas mapeadas. Foram monitorados quase 50 mil hectares, nos Estados de Mato Grosso, Pará, e Rondônia.
Na atual safra, a área monitorada triplicou e os técnicos verificaram aumento de menos de um por cento nas plantações de soja em 12 localidades. A maioria das lavouras fica em Mato Grosso. Apesar da presença de soja em locais onde não havia plantações, o número foi comemorado pelo ministro do Meio Ambiente.
? O setor da soja assumiu responsabilidades e mostrou hoje que a moratória da soja é um sucesso e está ajudando a derrubar o desmatamento na Amazônia ? disse Minc.
Para o presidente da Abiove, Carlos Lovatelli, a lei de mercado conscientizou os produtores rurais de que a compra de qualquer produto precisa de viabilidade econômica, ambiental e social.
? A demanda do mercado internacional deve estar dentro desses três pilares, senão o produto fica marginalizado, fica fora do mercado.
A medida deve ser estendida a outras atividades, como a pecuária que, de acordo com o ministro Carlos Minc, está atrasada em relação à soja e deverá receber em breve incentivos do governo.
? O setor dos frigoríficos está em crise, por isso está sendo preparado um pacote de ajuda para o setor e, nesse pacote, vai haver restrições ambientais.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes também admitiu que a pecuária ainda preocupa no que diz respeito à preservação do ambiente. Mas Stephanes afirmou que o governo está preparando um programa para conter o avanço da atividade na floresta Amazônica.
O acordo que prevê a moratória da soja vale até julho deste ano./ A expectativa do governo é que a medida seja renovada.