O presidente da AGCO América do Sul, Luís Felli, projeta que as vendas de máquinas agrícolas no Brasil devem atingir volume de 5% a 10% maior do que em 2017. “Considerando os dados parciais da indústria até o momento, acreditamos que as vendas de máquinas agrícolas neste ano devem crescer nesta faixa”, disse Felli em evento em São Paulo, no qual estavam presentes ainda o presidente do Conselho, presidente e CEO global da AGCO, Martin Richenhagen, e o vice-presidente sênior e gerente-geral AGCO Américas, Robert Crain.
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Para os próximos anos, os executivos também projetam crescimento em níveis semelhante, em virtude das expectativas de que o Brasil aumente sua produção de grãos para atender à demanda global por alimentos. “Para 2019, expectativa é de aumento de 5% a 10% nas vendas no Brasil”, disse Crain.
O CEO da AGCO, Martin Richenhagen, reforçou que o país deve fazer “grandes exportações” para a China, por causa da guerra comercial que mantém com os Estados Unidos e da redução das compras chinesas de produtos norte-americanos. “Os chineses gostam de relações de longo prazo e não têm comprado produtos agrícolas dos Estados Unidos”, comentou Richenhagen.
“Para atender à demanda global por alimentos, sabemos que é necessário produzir muito mais e nossa indústria (de máquinas agrícolas) é um player importante para isso. Então estou bastante otimista de que continuaremos a crescer”, disse o CEO global da AGCO.
Investimentos
O Brasil foi o destino de aproximadamente 95% dos US$ 300 milhões investidos na América Latina pela AGCO nos últimos quatro anos, segundo o gerente-geral Robert Crain. Os recursos foram aplicados em expansão de plantas, pesquisa e desenvolvimento e novos sistemas de inovação e tecnologia nas máquinas e nas fábricas, acrescentou o presidente Luís Felli. “A tendência é continuarmos investindo no país”, disse Crain.
Martin Richenhagen também comentou a vitória do presidente eleito, Jair Bolsonaro. “É importante que ele saiba quanto os produtores precisam do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e outras instituições (financeiras)”, disse.
Durante o evento, Richenhagen falou de planos da companhia para o Brasil e das expectativas de resultados globais. Segundo o executivo, o desempenho global das vendas no ano foi positivo até este momento. “A receita em 2018 deve ser um pouco menor que o nosso recorde de 2013, de US$ 11 bilhões. Devemos alcançar cerca de US$ 10 bilhões neste ano”, afirmou o CEO global da AGCO.
Fendt no Brasil
Sobre o Brasil, Richenhagen anunciou que a empresa deve começar a vender no Brasil tratores de alta potência e compactos da marca Fendt. Hoje, a AGCO só comercializa no país máquinas agrícolas das marcas Massey Ferguson e Valtra. “É um equipamento que pesa muito menos que outros tratores e consome menos combustível”, explicou o executivo.
Neste momento, a equipe brasileira da companhia está trabalhando com um grupo da Alemanha na definição dos produtos que serão trazidos para o Brasil, de acordo com o presidente AGCO América do Sul, Luís Felli. Além disso, o plano é que os produtos sejam revendidos em concessionárias da marca Fendt. “Estamos definindo quem fará a distribuição, mas devem ser comercializados dentro da sua própria estrutura (de revenda)”, disse Felli.
Felli comentou também que, em 2019, a AGCO deve lançar no Brasil uma nova colheitadeira com inovações na área de agricultura de precisão e conectividade, chamada Ideal, que já foi lançada com o mesmo nome na Europa e nos Estados Unidos.
Outro lançamento previsto é uma plantadeira dobrável, chamada Momentum, dotado de tecnologia que permite aplicação e distribuição precisa das sementes no campo. Com os novos produtos, a AGCO deve completar no próximo ano a renovação de 100% do seu portfólio, iniciado em 2017, segundo o presidente AGCO América do Sul. Nestes dois anos, foram 159 equipamentos lançados, lembrou Felli.