REPERCUSSÃO

Máquinas agrícolas: setor prevê queda de 18% em 2024, apesar do Plano Safra

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) esperava um volume total de R$ 36 bilhões

máquinas agrícolas preços elevados foto canal rural mato grosso patrulheiro agro
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

O segundo semestre de 2024 deve ser melhor para o setor de máquinas agrícolas no Brasil.

A liberação de recursos do Plano Safra 2024/2025, anunciado nesta quarta-feira (3), deve destravar o mercado. O volume abaixo do esperado, no entanto, é um problema para o primeiro semestre de 2025.

O programa disponibilizou R$ 9,5 bilhões para o Moderfrota – para grandes produtores -, R$ 2,8 bilhões para o Moderfrota Pronamp – médios – e R$ 12 bilhões para o financiamento de máquinas no Pronaf Mais Alimentos, destinado à agricultura familiar.

Na última modalidade, foi criada uma linha de crédito destinada à aquisição de máquinas e implementos de pequeno porte com juros de 2,5% ao ano, para famílias em uma faixa de renda específica.

Para as máquinas de maior porte, incluindo tratores de até 70 cv, o limite será de R$ 250 mil com 5% de juros e sete anos para pagar.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) esperava um volume total de R$ 36 bilhões.

O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Abimaq, Pedro Estevão Bastos, disse que o volume para o Pronaf é bom e os juros são bastante atrativos.

Para a agricultura empresarial, “o que mais preocupa é o volume de recursos”.

Conforme o dirigente, o valor deve se esgotar nos primeiros meses de vigência do programa, resultando em um pior desempenho do setor no primeiro semestre do ano que vem.

A indústria já esperava por essa liberação do Plano Safra para destravar o mercado. Portanto, mesmo com um aporte inferior ao esperado, Bastos não vê grandes mudanças acontecendo na estratégia das empresas. “Imaginamos que a partir do Plano Safra, as vendas devem melhorar. As empresas estão comprando materiais e segurando a mão de obra para produzir máquinas.”

A expectativa da Abimaq é de uma retração de 18% no faturamento interno da indústria em 2024. Nos primeiros cinco meses do ano, a queda acumulada é de 31,8%.