? Os preços internacionais estão em um patamar razoável e podem ajudar o Brasil, mas o problema é o câmbio. No Uruguai e na Argentina, o preço no frigorífico é entre US$ 2,10 e US$ 2,16 por quilo, enquanto no Brasil é entre US$ 2,50 e US$ 2,60, justamente por causa do dólar ? disse Cruden.
O executivo espera, no entanto, que o mercado da União Europeia, o principal para o Marfrig, se recupere em 2010, após a queda nas exportações desencadeada pela crise mundial, a partir do último trimestre de 2008.
? Espero que UE volte a crescer, mas temos outros mercados bons, como Rússia e Irã ? afirmou.
Já o desempenho do mercado interno ainda é uma incógnita para o diretor do Marfrig, principalmente por ser difícil avaliar como será o comportamento do consumidor brasileiro.
? O consumo segue bom, a distribuição de carne em São Paulo está muito boa e tudo indica que a oferta de carne também será melhor. Mas ainda é difícil avaliar, porque em janeiro há uma retração natural no consumo, que só volta a crescer após o fim das férias escolares ? completou.
Cruden lembra que a oferta de carne é boa desde meados do ano passado, em virtude do regime de chuvas, que ajudou no desenvolvimento dos pastos, e do final tardio da disponibilidade de animais confinados. Essa oferta, na opinião dele, deve aumentar ainda mais em fevereiro, com a entrada no mercado dos animais que estão em processo de engorda.
Entretanto, as chuvas que ajudaram na oferta de animais também beneficiam os pecuaristas, que podem segurar os bois no pasto à espera de um preço melhor. A arroba está sendo negociada em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, os principais mercados, por valor entre R$ 68 (à vista) e R$ 78 (a prazo).
? O preço não está ruim para o pecuarista, que não deve reclamar tanto ? concluiu.