– Setor (de etanol) será recuperado, porque vocês (empresários) se ajustaram e acreditaram no governo – disse ela, para uma plateia de cerca de 200 empresários e representantes da cadeia produtora de açúcar e etanol na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro), em Sertãozinho (SP).
A candidata afirmou que as “políticas equivocadas do atual governo”, que priorizaram a gasolina ao etanol, foram responsáveis pelo “fechamento de mais de 70 usinas e por outras 40 que estão em recuperação judicial, com milhares de empregos perdidos”. Ela ironizou, ainda, os discursos dos representantes do governo em relação à atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como embaixador do etanol, em seu primeiro governo.
– Se (o atual governo) tivesse feito menos propaganda e mais governança, hoje não estaria essa situação – disse.
Para a ex-ministra do Meio Ambiente, a crise do setor mostra que “há a descrença dos que acreditaram no governo e procuraram produzir com responsabilidades” social e ambiental, numa referência ao fato de o etanol ser considerado um combustível renovável. Entre as ações, Marina citou a mecanização da colheita da cana, com praticamente o fim da colheita manual, além do treinamento dado aos ex-cortadores para assumirem outras funções.
– Olha o prêmio que receberam. O incentivo a uma matriz energética suja.
A candidata considerou o petróleo ainda um mal necessário, mas defendeu a saída da “idade do petróleo”, com a busca de outras fontes de suprimento de energia que asseguram o desenvolvimento econômico social sem prejudicar a vida, neste caso, o etanol.
– Assumo compromisso que essa é fonte de geração de energia e deve ser estimulada – afirmou.
Marina lembrou ainda, da época em que fora ministra e procurou minimizar os embates que teve com o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, hoje presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), principal entidade do setor sucroenergético. Segundo ela, quando ambos eram ministros foi feito um esforço para desmistificar, com o zoneamento da cana-de-açúcar, a tese de que havia produção de álcool na Amazônia.
A candidata lembrou que, quando era ministra, o país crescia a 3%, 4% ao ano e o desmatamento caía 57%.
– Hoje temos realidade de crescimento baixo com desmatamento crescendo 30% – concluiu.
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