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Marina Silva garante diálogo com agronegócio e nega que setor tenha restrições a ela

Candidata do PSB à presidência afirmou ter compromisso com a implementação do Código Florestal, com metas de inflação e com o câmbio flutuanteO Partido Socialista Brasileiro (PSB) confirmou na noite desta quarta, dia 20, a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-Senadora Marina Silva como candidata à presidência da República, tendo o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque como candidato à vice-presidente. Questionada sobre a resistência do agronegócio a sua candidatura, Marina garantiu que buscará o diálogo com o setor e discordou que sua imagem negativa seja unânime entre os produtores.

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– Eu discordo que o agronegócio, de uma forma homogênea, tenha as restrições. Tem muita gente que está na vanguarda de integrar economia e ecologia, e uma grande parte está esperando para ver como vamos viabilizar os meios para aumentar a produção por ganho de produtividade, usando cada vez menos recursos naturais – disse a candidata.

A candidata garantiu que seguirá as propostas levadas por Eduardo Campos no debate promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no início do mês em Brasília.

• Leia também: Lideranças do agronegócio repercutem a participação dos presidenciáveis na CNA

Código Florestal

Marina Silva também foi questionada sobre suas posições quando da aprovação do novo Código Florestal em 2012. Na época, a ex-Senadora afirmou que a lei sancionada era um retrocesso na legislação ambiental brasileira. Marina afirmou que, se eleita, seu compromisso será com a implementação da lei.

– Precisamos inclusive fazer o Cadastro Ambiental Rural, que, infelizmente, não está sendo feito com a urgência, a velocidade e a quantidade que precisamos.

Ela lembrou que o Código Florestal de 2012 traz um conjunto de medidas voltadas para a recuperação de áreas degradadas, bem como incentivos econômicos que precisam ser postos em prática. E aproveitou para criticar a política florestal do atual governo.

– Os próprios agentes do agronegócio e da agricultura familiar concordaram que, a partir deste Código, teríamos todas as condições de termos desenvolvimento sem desmatamento. Quando eu era ministra do Meio Ambiente nós tivemos os menores índices de desmatamento e o maior crescimento econômico. Agora temos exatamente o contrário, aumentou o desmatamento e a economia deixou de crescer.

Mesmo assim, a candidata não negou que possa propor alterações na legislação.

– Todas as leis que não são causa pétrea são passíveis de serem mudadas por qualquer congressista ou pelo governo.

Macroeconomia

Questionada sobre sua posição com relação à inflação e câmbio, Marina disse que o programa de governo da sua coligação tem compromisso com a meta da inflação, com o câmbio flutuante e com a responsabilidade fiscal. Ela também disse há havia consenso na chapa de que a autonomia do Banco Central precisa ser “melhor sinalizada” e disse que o tema está em passando por um debate interno na equipe de economistas que elabora seu programa de governo.

Próximos passos

A coligação ganha um novo nome, Unidos pelo Brasil, mas, em seus discursos, Marina e Beto garantem que seguirão o programa elaborado com Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo no dia 13 de agosto.

– Eu e Marina não vamos deixar pela metade o que o Eduardo construiu, vamos honrar o legado – afirmou Beto Albuquerque.

• Em entrevista ao Rural Notícias, Eduardo Campos havia afirmado que sua gestão salvaria o setor sucroenergético

Para o registro da nova candidatura, no entanto, o presidente do PSB, Roberto Amaral, ainda possui uma tarefa árdua a cumprir: conseguir as atas dos demais partidos da coligação para solicitar o registro ao Tribunal Superior Eleitoral. Na noite desta quarta, Amaral negou que haja problemas com a coligação, mas, mais cedo, o presidente nacional do Partido Social Liberal Nacional (PSL), Luciano Bivar, havia afirmado que seu partido deixaria a coligação com Marina à frente da chapa.

A coligação articulada com Campos conta anda com o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Pátria Livre (PPL). 

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