? A mentalidade dos brasileiros é melhor do que a do Congresso que votou esse projeto. Devemos sair daqui para ir além da agenda de conversas com líderes, partidos e com a presidenta Dilma Rousseff, para cumprir a agenda Um Milhão contra a Devastação ? disse Marina.
Segundo a ex-ministra, o esforço de coletar um milhão de assinaturas contra o Código e de organizar manifestações públicas será fundamental para dar respaldo àqueles que decidirão sobre a forma como o novo Código será aprovado.
? Tudo depende de uma sustentabilidade ética e política. Devemos fazer um esforço para dar sustentabilidade política aos senadores para que mudem o projeto. E se não der, vamos dar sustentabilidade política para que a presidenta Dilma o vete ? enfatizou Marina.
A atriz Christiane Torloni, que representa o Movimento Amazônia para Sempre, lembrou da época da campanha Diretas Já, pela redemocratização do país, movimento do qual participou.
? Na época, conseguimos colocar mais de um milhão de pessoas nas ruas. Acho isso perfeitamente viável, para convencer aqueles que têm de ser convencidos e de constranger aqueles que têm de ser constrangidos ? disse a atriz.
Para Marina Silva, também é possível fazer algo semelhante ao movimento Diretas Já.
? Estamos em algo semelhante ao movimento Diretas Já porque trata-se de decidir o que fazer com a democracia. Temos de avançar e não retroceder nas conquistas que já tivemos ? avaliou Marina Silva.
Ela ressaltou que o Código Florestal não trata de uma questão puramente ambiental.
? É o encontro da economia com ecologia ? disse a ex-ministra pouco antes de classificar a Semana do Meio Ambiente como “uma das mais tristes da história.
Ela reiterou as críticas à violência contra lideranças rurais que há tempos é praticada na Região Norte.
? Essas pessoas morreram em nome dessa legislação que corre o risco de ser revogada [caso o Senado aprove o Código Florestal assim como passou na Câmara]. [Se aprovado o projeto] acabaremos com a base legal que defende as populações. As pessoas estavam vulneráveis, mas pelo menos a lei estava do lado delas ? argumentou a ex-ministra.
Integram o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), a Associação Brasileira de Imprensa e a SOS Amazônia.