No Estado participam 1,1 mil alunos de 28 municípios. No país todo, o Projovem Campo terá este ano 35 mil vagas distribuídas entre 19 Estados.
O coordenador do programa na Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso, Rui Leonardo Souza Silveira, explica que em 14 municípios as aulas começaram em 24 de abril e nos outros será em 22 de maio. No Estado, a formação inicial e continuada dos professores que ministram o curso é realizada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, parceiro na ação.
Como o currículo do Projovem Campo integra formação teórica, prática e profissional tendo como eixo a agricultura familiar e a sustentabilidade, a procura pelo curso excedeu as vagas oferecidas no Estado.
? Nos assentamentos da reforma agrária e nos Territórios da Cidadania foi difícil explicar porque não tínhamos vagas para todos. Eles não entendiam, por exemplo, porque um agricultor de 30 anos não é prioridade ? conta Silveira.
Para contornar o problema gerado pela procura, a coordenação do Projovem Campo na Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso aceitou criar cinco turmas paralelas em convênio com cinco prefeituras. De acordo com Rui Silveira, a Secretaria oferece os professores e as prefeituras a infraestrutura, mas esses agricultores não receberão o auxílio de R$ 100 a cada dois meses que os demais têm direito e o certificado.
? O importante para eles é ter a formação ? diz o coordenador do programa.
O modelo de curso, na avaliação de Rui Silveira, é o principal atrativo para a população que vive nas áreas rurais do Estado. A formação abre portas, torna viável e garante trabalho na agricultura familiar em uma região que não teve preocupação com os problemas ambientais e com práticas de sustentabilidade.
O Projovem Campo ? Saberes da Terra é um curso de dois anos, na modalidade educação de jovens e adultos para agricultores de 18 a 29 anos. É desenvolvido no sistema de alternância tempo-escola (aulas presenciais) e tempo-comunidade (pesquisa e prática agrícola), com duração de 2,4 mil horas. O currículo aborda cinco temas: sistemas de produção e processo de trabalho agrícola; desenvolvimento sustentável e solidário; economia solidária; cidadania, organização social e política pública; agricultura familiar, etnia, cultura e identidade. Além desses temas, os alunos vão estudar linguagens, ciências exatas, formação humana e profissional.
O programa reúne os ministérios da Educação, do Desenvolvimento Agrário, do Trabalho e Emprego, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a Secretaria-Geral da Presidência da República. Tem como parceiros as secretarias de Educação de 19 Estados e 19 instituições de ensino superior, entre universidades federais, estaduais e institutos de educação, ciência e tecnologia.