As lavouras de algodão devem ocupar 670 mil hectares em Mato Grosso, área 56% maior do que a destinada ao cultivo do produto na safra 2009/2010. A estimativa é da Ampa. Os números relevam o otimismo dos agricultores que estão entusiasmados com as elevadas cotações, que podem se manter por um bom tempo, já que a demanda pela pluma deve continuar aquecida.
? Com o algodão sendo vendido a até US$ 1,40 a libra-peso, o mercado interno de algodão acima de R$ 90, fez com que o produtor ficasse motivado a aumentar suas áreas, tanto na safra normal, plantado em dezembro, como o algodão de janeiro e até o algodão de fevereiro, o adensado, vai prolongar bem o plantio ? afirma o produtor rural e vice-presidente da Ampa, Milton Garbúgio.
? Quando o governo interveio em 2007, 2008 e 2009, injetando recursos e fazendo a comercialização, ele salvou a cotonicultura brasileira. Hoje, nós estamos dando uma resposta. O mercado subiu e nós estamos aumentando em 30% a 40% a produção. E com isso, nós vamos gerar, só no incremento desta área, mais de 15 mil empregos diretos. Este é o objetivo, assim que cresce ? reforçou o presidente da Abrapa, Sérgio de Marco.
A área prevista pela Ampa supera outras duas estimativas divulgadas esta semana. A do Imea, que prevê o plantio de 595 mil hectares e a da Conab, que projeta o cultivo de 614 mil hectares de algodão em Mato Grosso.
Se o clima ajudar e a produtividade média esperada de 3,9 mil quilos por hectare for confirmada, devem ser colhidas 2,613 milhões de toneladas de algodão em caroço. Um aumento de 81% em relação ao volume produzido na safra passada.
? É a maior área de todos os tempos, e o agricultor tem a possibilidade de plantar a cultura de forma convencional, de forma adensada, de safra e de safrinha ? diz o ex-presidente da Ampa Gilson Pinesso.
A estimativa de safra foi anunciada durante a cerimônia de posse da nova diretoria da Ampa, que passa a ser comandada pelo produtor Carlos Ernesto Augustin.
? O desafio é dar continuidade ao trabalho, principalmente no que diz respeito à exportação, manter o nível de exportação e de qualidade que o país vem mantendo. Temos alguns desafios quanto a laboratório, embarque, logística, porto, e tudo isso são tarefas constantes que nós temos que ir aprimorando ? aponta o presidente da Ampa, Carlos Ernesto Augustin.