Em 2014/2015, cultivar um hectare de soja custou ao produtor em média R$ 2,1 mil. Hoje, a mesma atividade corresponde a R$ 2,4 mil
A Embrapa Agropecuária Oeste estima que até o final da safra 2015/2016 o custo de produção da soja deve subir 14% em Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, a alta não inibe o cultivo do grão no estado que, com a tão esperada chuva que caiu no final de semana, atingiu 6,4% de área plantada.
Seguindo o mesmo ritmo, a comercialização antecipada do grão acelerou, alcançando 31%, bem superior aos 12% registrados no mesmo período do último ciclo, segundo dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), ferramenta de monitoramento da Associação dos produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja-MS).
• Aberto o plantio de soja da safra 2015/2016
Em 2014/2015, cultivar um hectare de soja custou ao produtor em média R$ 2,1 mil. Hoje, a mesma atividade corresponde a R$ 2,4 mil. O principal componente do aumento ficou por conta dos insumos agrícolas – sementes, máquinas, implementos de irrigação e defensivos agrícolas – com participação elevada de 44,3% na safra passada para 47% dos investimentos totais do cultivo. Por sua vez, o custo com fertilizantes também subiu 29%.
Se por um lado a valorização do dólar aumenta o custo de produção, por outro estimula a venda antecipada do grão. A saca de soja fechou o mês de setembro no estado com preço médio de R$ 72, enquanto no mesmo período do ano passado o grão foi vendido por R$ 55, um acréscimo de 31% que justifica o avanço na comercialização.
– Qualquer valorização do dólar atinge diretamente o sojicultor. Por isso, ele se adianta nas vendas já que nunca conseguiu um preço tão bom para o grão e, assim, garante o investimento em tecnologias para a próxima temporada – explica o analista de grãos da Aprosoja-MS Leonardo Carlotto.
O produtor depende do câmbio tanto para a compra de insumos como para a negociação do produto e a hora é de pensar lá na frente.
– A maior parte dos insumos é importada. O indicado é fazer o planejamento da produção, para então tomar a decisão quanto à negociação do grão e consequentemente, também a compra dos insumos para o milho safrinha, uma vez que a movimentação do dólar é incerta –ressalta o presidente da Aprosoja-MS, Christiano Bortolotto.
Em Mato Grosso do Sul, ao mesmo tempo em que retira a soja, o produtor planta o milho, cultivando os dois grãos na mesma área. De acordo com a Aprosoja-MS, Mato Grosso do Sul deverá superar 7,2 milhões de toneladas de soja na safra 2015/2016, um crescimento de produção estimado em 4% em relação ao ciclo passado.
Com informações da Aprosoja-MS.