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Mato Grosso financia 40% da soja com capital próprio, diz consultoria

Além de financiar parte da produção, agricultores têm mais recursos para investir em melhores práticas de cultivoCom o aumento da rentabilidade da soja nos últimos anos, o agricultor brasileiro está menos dependente das tradings e dos bancos para financiar a produção, enfatizou na terça, dia 26, André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult. Em Mato Grosso, 40% dos R$ 8,2 bilhões necessários para cultivar uma área de 7,9 milhões de hectares na safra 2012/2013 foram financiados com capital próprio, segundo cálculos da consultoria.

Há cinco anos, o produtor tinha recursos para arcar com somente 5% dos R$ 2,7 bilhões demandados para plantar os 5,7 milhões de hectares com a oleaginosa, também de acordo com a consultoria. As tradings responderam por 51% e os bancos por 13% do financiamento da safra 2007/2008, mas nesta temporada cada um contribuiu com apenas 19%, informou Pessôa.

Atualmente, o agricultor dispõe de capital não só para financiar parte da produção como para investir em melhores práticas de cultivo. Prova disso é a significativa evolução do plantio de soja transgênica no país, que passou de 50% da área plantada em 2007/2008 para 88% em 2012/2013, disse o executivo, citando ainda os grandes investimentos em máquinas e equipamentos de última geração. Pessôa destacou, no entanto, que a mecanização das lavouras não veio acompanhada da qualificação da mão-de-obra.

– Além de um apagão logístico, nós vivemos hoje um apagão de mão-de-obra.

Em relação aos problemas logísticos registrados nesta safra, com filas intermináveis de caminhões nas vias de acesso aos portos, Pessôa defende a “desburocratização dos procedimentos” de desembaraço de mercadorias, com a presença de um maior número de fiscais nesses terminais.

– Às vezes, demora em demasia e o navio fica parado mais tempo do que deveria porque não há fiscais para atender a demanda – afirmou.

Segundo ele, em alguns portos do Norte e do Nordeste há apenas dois funcionários para liberar os embarques. O consultor também criticou o sistema de liberação de senhas de acesso aos terminais. Segundo ele, isso só desloca “a fila de caminhões do acesso ao porto para o interior”.

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