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Mato Grosso e Goiás alteram legislação como medida fitossanitária contra ferrugem da soja

Revisão nas legislações estaduais visa reduzir a janela de semeadura da soja para evitar resistência ferrugem aos fungicidasMato Grosso e Goiás estabeleceram novas medidas fitossanitárias para auxiliar na prevenção e no controle da ferrugem asiática da soja. 

A revisão nas legislações estaduais vigentes tem o objetivo de reduzir a janela de semeadura da soja para atrasar a resistência do fungo causador da ferrugem aos fungicidas.

A ferrugem asiática da soja, relatada pela primeira vez no Brasil em 2001, é a doença de maior impacto econômico para a cultura. O custo médio do controle da doença com fungicidas é estimado em cerca de US$ 2 bilhões por safra, segundo o Consórcio Antiferrugem. Apesar da grande contribuição que os fungicidas proporcionam no controle da ferrugem, uma redução de eficiência desses produtos vem sendo observada devido ao uso intensivo.

A pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy explica que dos três grupos de fungicidas utilizados para o controle da doença, dois já apresentaram redução de eficiência em razão da adaptação do fungo a esses produtos.

– Todo esforço vem sendo feito para estabilizar essa queda de eficiência e prolongar a vida útil do terceiro grupo, que entrou no mercado em 2013 – alerta.

Diante disso, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) estabeleceu em 6 de novembro, por meio da instrução normativa nº 08/2014, um calendário para a semeadura da soja no estado de Goiás. A partir de agora, a cultura da soja só poderá ser semeada no estado entre 1º de outubro e 31 de dezembro.

– Essa medida é importante porque reduz as semeaduras tardias de soja e a soja safrinha. Esses plantios tardios recebem inóculo do fungo proveniente das áreas semeadas mais cedo, sendo necessário aumentar o número de aplicações e reduzir o intervalo entre elas. Esse excesso de aplicações de fungicidas exerce uma pressão de seleção muito alta e favorece a resistência aos fungicidas – explica Cláudia.

O estado de Mato Grosso também publicou uma instrução normativa conjunta Sendra/Indea – MT 007/2.014, de 21 de outubro de 2014, antecipando em 45 dias o período estabelecido para o cumprimento do vazio sanitário.

O vazio sanitário (ausência de soja no campo) no Mato Grosso passa a ser de 1 de maio até 15 de setembro e não mais de 15 de junho a 15 de setembro.

– Essa medida tem o mesmo objetivo do calendário, uma vez que limita o final da semeadura. O Mato Grosso optou pelo aumento do vazio sanitário uma vez que os técnicos acreditam ser mais viáveis para fiscalização – avalia Cláudia Godoy.

De acordo com a pesquisadora, no Paraná – segundo produtor de soja atrás apenas do Mato Grosso – as discussões sobre as medidas alternativas à legislação vigente também devem se iniciar. Isso poderá impactar no período de vazio sanitário estabelecido atualmente que é de 15 de junho a 15 de setembro.

– Após a entrada do fungo da ferrugem no Brasil, a cultura da soja tornou-se dependente de fungicidas para obtenção de altas produtividades. Se os fungicidas continuarem tendo redução de eficiência em função da adaptação do fungo isso terá impacto em todo sistema produtivo, com reduções de produtividade para todo o Brasil – alerta a pesquisadora.

Essa medida é importante porque reduz as semeaduras tardias de soja e a soja safrinha. Esses plantios tardios recebem inóculo do fungo proveniente das áreas semeadas mais cedo, sendo necessário aumentar o número de aplicações e reduzir o intervalo entre elas. Esse excesso de aplicações de fungicidas exerce uma pressão de seleção muito alta e favorece a resistência aos fungicidas

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