Mato Grosso negocia 66% da atual safra de algodão

Em julho, Estado comercializou 31 mil toneladas da plumaO Estado de Mato Grosso negociou em julho aproximadamente 31 mil toneladas de pluma de algodão, com isso, 66% da produção estimada de 967 mil toneladas na safra atual já foi comercializada, segundo levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). De acordo com o instituto, a liquidez no último mês foi de fato baixa, como ocorre desde fevereiro, agravado pelo alto foco que os produtores têm dado a colheita e ao comprimento de contratos já comercializados.

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De acordo com o Imea, o que contribui com a baixa liquidez do mercado são os preços, fazendo com que a parte ofertante segure seu produto, esperando reação positiva nas cotações, já que os preços praticados giram em torno do preço mínimo, e estão quase 17% abaixo do ponto de equilíbrio no Estado. A demanda existe, porém as tra-dings têm negociado lotes da safra passada internamente a preços mais baixos, já que o mercado interno demonstra melhor rendimento que o externo. O Imea diz que, apesar da espera com ser com os preços externos extremamente baixos, existem indicações de compradores se movimentando. Caso se confirme, os preços podem subir, trazendo oportunidades de venda.

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Mercado mundial

Segundo o Imea, após o grande salto dos preços internacionais em 2010/2011, muitas industrias ao redor mundo diminuíram a participação do algodão em sua produção, e migraram ao poliéster. No entanto, com o derretimento do preço da pluma, principalmente no último ano, o consumo mundial de algodão deve subir em 5% na safra 2014/2015, para 24,5 milhões de toneladas, segundo o ICAC. Enquanto a produção mundial de algodão pode continuar caindo, e registrar 25,53 milhões de toneladas na safra 2014/15, 2% a menos que na safra 2013/14. No entanto, esses fatores não devem necessariamente acarretar em elevação de preços. Os estoques mundiais fora da China devem subir 6% em 2014/15 para 8,6 milhões de toneladas, o maior desde 2007/2008, resultando no maior estoque mundial da história, de 21,7 milhões de toneladas, fato este que pode continuar pressionando as cotações internacionais.