Mato Grosso registrou em agosto 2.626 focos de calor. O número é o menor verificado nos últimos 15 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ao se comparar o mês com o ano passado houve uma retração de 65,8% em todo o estado.
O Inpe destaca que a última vez que o mês de agosto em Mato Grosso teve um registro menor foi em 2009, quando foram computados 2.326 focos.
Ainda segundo dados do Inpe, o mês de julho também registrou queda em comparação com a série histórica. Julho deste ano teve 1.453 focos, o menor número desde 2011, quando foram registrados 1.099.
O comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel Marco Aires, pontua que o recuo no número de focos de calor no estado é decorrente ao rigoroso período proibitivo do uso de fogo no estado, além de investimentos de mais de R$ 105,9 milhões por parte do governo do de Mato Grosso desde 2019.
De acordo com ele, tais investimentos “garantem que o Corpo de Bombeiros possa atuar de forma mais eficiente durante esses meses que precisam de mais atenção por conta das condições climáticas. Estamos muito mais amparados pelo Estado do que em gestões anteriores”.
Os recursos injetados envolvem diversas ações, entre elas a inauguração do BEA, onde fica localizada a central de monitoramento via satélite de alta tecnologia, com uma plataforma capaz de gerar dados mais precisos, o que resulta em ações de combate mais eficientes.
Para os meses de setembro e outubro, considerados críticos em decorrência as altas temperaturas, a corporação do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso irá receber reforço de 174 brigadistas para atuar no combate aos incêndios florestais em 28 municípios.
“A contratação destes brigadistas será importante para que o Estado mantenha bons números durante o Período Proibitivo de Uso Regular do Fogo. Eles são grandes aliados nossos durante esses meses tão críticos. Juntos, vamos garantir a preservação da fauna e flora mato-grossenses”, reforça o comandante do BEA.
Focos de calor caem em julho e agosto
Entre julho e agosto o número de focos de calor em Mato Grosso caiu 57,5% em relação ao mesmo período em 2022, apontam os dados do Inpe. Nos dois primeiros meses do Período Proibitivo de Uso Regular do Fogo em 2023 foram registrados no estado 4.079 focos de calor contra 9.618 focos no mesmo período em 2022.
“A redução de 57,5% no registro de focos de calor demonstra a importância e a boa aplicação dos investimentos do governo do estado na prevenção e combate aos incêndios florestais. Neste ano são R$ 38 milhões exclusivamente para esta finalidade”, destaca a secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti.
Entre os biomas, a Amazônia foi o que registrou a maior redução, de 64,3%. Foram 2.540 focos de calor em 2023, contra 7.124 focos, em 2022. Já no Cerrado, a redução é de 39,8%, com 2.453 focos no ano passado e 1.498 focos neste ano. Por fim, no Pantanal o número se manteve estável com 41 focos em ambos os anos.
Desde 1º de julho está proibido o uso do fogo em áreas rurais, conforme o decreto nº 259/2023. O documento declara situação de emergência ambiental entre os meses de maio e novembro, o que possibilita a mobilização de esforços governamentais para a prevenção e combate aos incêndios e as contratações e aquisições necessárias ao período de alto risco de incêndios florestais.
Para o combate de incêndios florestais e desmatamento ilegal neste ano, o Governo investe R$ 77,4 milhões, um aumento de 29% em relação com o ano passado, quando era R$ 60 milhões.
Editado por: Viviane Petroli, de Rondonópolis (MT)
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