— Como a soja foi plantada mais cedo nesta safra, tivemos possibilidade de iniciar as vendas exteriores mais cedo. Tradings puderam fazer contratos para janeiro e tivemos volume quase recorde — afirma o superintendesnte do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio.
Janeiro é tradicionalmente o mês com menor volume de soja embarcado durante todo o ano. Em 2011, por exemplo, as vendas no período representaram apenas 1% do grão exportado pelo Estado. O excelente desempenho registrado em 2012 anima a classe produtora.
Há três anos Mato Grosso registrou as maiores comercializações da oleaginosa em grão para o mercado internacional, quando foram enviadas mais de 10,6 milhões de toneladas. A marca pode ser novamente alcançada, segundo o diretor executivo da Aprosoja, Marcelo Duarte Monteiro. Um dos motivos é a demanda crescente de países como a China, que deve ampliar as importações do grão de 52 milhões de toneladas para 55 milhões de toneladas. Por outro lado, o baixo incentivo à industrialização em Mato Grosso preocupa.
— Eu acho que temos potencial sim, até porque a indústria em Mato Grosso vem sendo pressionada por questões tributárias. A indústria que acreditou em Mato Grosso está sofrendo tributação que aumenta a cada dia. Isso fará com que a competitividade fique menor e a exportação deve ficar maior do que deveria se tivéssemos uma indústria local mais aquecida — comenta Monteiro.
A associação dos produtores ressalta ainda que a presença da soja brasileira no mundo deve registrar avanço e ficar à frente do espaço ocupado pelo grão produzido nos Estados Unidos. A expectativa, divulgada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indica uma queda de 40,8 milhões de toneladas para 34,7 milhões de toneladas nos envios da soja norte-americana e aponta um salto de 30 milhões de toneladas para 37,8 milhões de toneladas nos embarques brasileiros.
Mato Grosso exportou 9,6 milhões de toneladas de soja em grão em 2011, 30% do volume embarcado pelo Brasil.