O valor é inferior aos R$ 18/saca ao produtor, praticados hoje no norte de Mato Grosso, mas supera o preço mínimo de R$ 12,60/saca. O presidente da entidade, Carlos Fávaro, acredita que haverá demanda, pois para o agricultor interessa se proteger contra a oscilação de preços.
Fávaro reconhece que a prioridade do governo no momento é garantir o abastecimento e evitar especulações de preços na Região Sul, onde houve quebra de safra, mas acredita que existe espaço para os leilões de opção, uma forma de o governo repor estoques de milho, que estão em níveis baixos.
Ele argumenta que, se na época do vencimento dos títulos, os preços de mercado estiverem acima dos R$ 15/saca, os agricultores não exercerão a opção de venda. Nesse caso, o governo ganhará, já que os recursos arrecadados com o pagamento dos prêmios reforçarão os cofres públicos. No caso dos preços ficarem abaixo do valor sugerido, diz ele, os agricultores exercerão as opções, entregando milho ao governo.
O dirigente lembra que a maior parte dos estoques atuais está em Mato Grosso. Das 1,1 milhão de toneladas no Estado, 600 mil ton devem ser escoadas nos próximos dias para atender os criadores da região Sul. Outro argumento usado por Fávaro para defender a realização dos leilões antes do início da colheita é que, para o governo, o mecanismo é menos dispendioso que a subvenção dos fretes por meio dos leilões de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) e o pagamento da diferença entre o preço mínimo e o valor de arremate nos leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
– Este é um dinheiro (do Pepro e do PEP) igual ao do aluguel, não tem retorno”, diz.
Fávaro afirmou que quando a Aprosoja/MT entregou a proposta ao governo, em dezembro passado, os preços do milho estavam em queda, na faixa de R$ 13/saca ao produtor, após terem atingindo em setembro R$ 18/saca. Ele disse que mesmo agora, quando os preços subiram impulsionados pela quebra da safra de verão na região Sul.
– É importante para o agricultor de Mato Grosso ter uma referência de preços e garantia de estabilidade, afirma.
Sementes
Carlos Fávaro disse que a principal preocupação dos produtores de Mato Grosso neste momento é o atraso na entrega de sementes por parte dos revendedores.
– Na falta do material altamente produtivo que foi comprado, os revendedores estão querendo entregar híbridos de segunda linha, garantiu Fávaro.
Ele também afirmou que nos próximos dias a Aprosoja/MT vai divulgar o resultado de um levantamento feito para avaliar o impacto na safra de milho da falta de material de alta produtividade.
De acordo com Fávaro ainda, o levantamento vai mostrar se as revendas venderam além da capacidade de entrega ou se foram as indústrias de sementes que não produziram volume suficiente de híbridos nobres e acabaram surpreendidas pelo expressivo aumento da demanda. Ele reclama que os produtores investiram pesado em adubação para obter boas produtividades, mas exemplifica que, no caso das sementes, os produtores “compraram uma Ferrari e estão recebendo um Uno”.