Eles se tornaram praticamente indispensáveis no campo. Seja no controle de pragas, doenças ou ervas daninhas, os defensivos são diretamente responsáveis pelo aumento do potencial produtivo das lavouras brasileiras. Mas ao mesmo tempo em que contribuem para o melhor desempenho, também causam polêmica. Danos a saúde e impactos ao meio ambiente são algumas das principais críticas ao uso destes produtos.
Em Mato Grosso não é diferente. Aliás, por ocupar lugar de destaque na agricultura nacional, o Estado é alvo constante de acusações sobre os riscos do uso de agrotóxicos. As lideranças do setor contestam.
Para o diretor-executivo da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, as críticas ferem a imagem do homem do campo, como se ele quisesse prejudicar o mundo com o uso de agrotóxicos. Ele ressalta que é preciso mostrar que o uso é racional e necessário para o melhor desempenho do campo.
Além do uso consciente, a classe produtora destaca outro ponto que revela a busca pela sustentabilidade. Na comparação do uso de defensivos por área produzida, o Estado ocupa apenas o sétimo lugar no ranking nacional. São utilizados em média 0,8 quilo por hectare cultivado. Volume bem menor do que em São Paulo, onde são gastos 2,32 quilos por hectare, e no Paraná onde são usados 2,14 quilos de defensivos por hectare.
O recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos também é destaque. Este ano já foram devolvidas mais de 6,5 milhões de toneladas de embalagens em Mato Grosso. O volume é 76% maior que o recolhido em 2008. O crescimento supera a média nacional, que avançou 49% no período.
De acordo com os produtores, além da constante busca pelo desenvolvimento sustentável, é preciso ter cuidado na hora de expor números e opiniões sobre o uso de defensivos agrícolas. Como o Brasil é referência mundial na produção de alimentos, a divulgação equivocada de informações pode gerar reflexos negativos para o setor.