Dificuldade no crédito rural deve limitar investimentos dos sojicultores do maior estado produtor do país; logística continua sendo outro grande problema
Canal Rural | Mato Grosso
A pouco mais de dois meses para o início do plantio da próxima safra de soja em Mato Grosso, os produtores não estão nada animados. Pelo contrário, estão bem preocupados. Os motivos são os mesmos enfrentados no ciclo passado: preços instáveis, logística e dificuldade de acesso ao crédito rural.
O produtor Leonildo Bares é um exemplo, ele ainda não comprou todos os insumos para esta safra. Faltam ainda os fertilizantes. Como o plantio só vai começar em setembro, o produtor vem pesquisando preços e vai esperar por um bom momento para finalizar as compras.
–Aumentou o custo em 20%, você tem que criar uma situação de você fazer conta, para voc~e ver se compensa investir mais na lavoura ou investir menos – afirma Bares.
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Muitos sojicultores do maior estado produtor do país também reclamam na demora na liberação do crédito para custeio, atrapalhando o planejamento e gerando mais custos em muitas propriedades.
– A dificuldades de acesso ao crédito é real. Infelizmente os juros estão mais caros, as exigências de garantia estão maiores. A gente pretende encarar esses problemas, fazer a negociação para que esse crédito possa ser mais rápido e eficiente – reforça o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja-MT), Ricardo Tomczyk.
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Com dificuldade para acessar o dinheiro, os produtores estão cautelosos em definir a área de plantio em setembro.
– Nós estamos com as contas muito apertadas, defensivo subiu, o preço da soja está estagnado. Então a gente vê com grande preocupação fazer o plantio este ano. Não sabemos se a crise será passageira ou mais duradoura – explica o agricultor Altemar Krolling.
Logística
Além da oscilação do câmbio e do atraso na liberação do custeio, a infraestrutura continua sendo uma das principais preocupações do produtor mato-grossense.
– A BR-163, que já era para ter sido concluída em 2013, está com trechos ainda sem concluir, estão com dificuldades. Eu creio que ainda demore mais uns três anos para concluir os trechos asfaltados. Para resolver esse problema, é necessário baratear, seja na rodovia, ferrovia e, principalmente hidrovia – lista o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan.
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