O anúncio da compra de 370 mil toneladas de arroz pelo governo já a partir da semana que vem, e da promoção de leilões para escoar 1,02 milhão de toneladas do produto, foram vistas com bons olhos pela Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
As medidas emergenciais trazem um alento aos produtores. No entanto, ainda há muito para fazer pelo setor, já que o preço mínimo, de R$ 25,80 a saca não cobre nem os custos de produção.
João Paulo, produtor do município de Eldorado do Sul (RS), deve começar a colher em 20 dias, mas ainda tem metade da safra passada sendo vendida. Recebe, por saca, R$ 21,50, enquanto o custo foi de R$ 29 a saca. Para o arrozeiro, a ajuda do governo não é suficiente e o problema é antigo.
O produtor de arroz Oswaldo Scheid, de Guaíba (RS), integra um movimento de mil arrozeiros do Estado, que reivindicam o aumento do preço mínimo. Ele plantou trezentos hectares na safra passada, e para este ano deve colher cem hectares a mais. Mas as perspectivas de lucro não são nada boas. Segundo ele, os arrozeiros sempre plantam com a expectativa que no ano seguinte ter uma safra melhor, mas a realidade desmotiva.
O Rio Grande do Sul é responsável por 61% da produção nacional de arroz, e nesta safra deve colher oito milhões e duzentas mil toneladas do produto.