? As medidas anticrise estão sendo feitas de forma totalmente desvinculada de critérios ambientais. O governo poderia fazer o casamento do ótimo com o bom, ao mesmo tempo em que estimula o emprego também estimula uma economia moderna, do século 21, que é aquela com baixo consumo de eletricidade e gerando pouco CO2 ? apontou.
O professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Eduardo Viola, pondera que a maioria dos pacotes de socorro financeiro mundo afora tem elementos para “favorecer a transição para economias de baixo carbono”, o que não é o caso do Brasil.
Segundo Leitão, em países como Estados Unidos e Inglaterra a crise tem sido uma oportunidade para experiências como a exigência de carros menos poluentes para indústrias que receberam socorro financeiro e estímulo à criação de empregos verdes ? adotadas pelo presidente norte-americano Barack Obama e pelo primeiro ministro inglês, Gordon Brown.
? Aqui no Brasil só se olha um lado da crise (o econômico) sem olhar o lado da oportunidade, de se resolver o problema do emprego e da economia do ponto de vista da geração de menos poluentes ? comparou.
Um dos maiores exemplos da ausência de contrapartida ambiental nas medidas de socorro à economia, segundo os especialistas, é o programa habitacional lançado no último dia 25, que prevê a construção de 1 milhão de casas, mas sem referências à utilização de tecnologias verdes nos projetos.