? O que queremos é diminuir o apetite dos aplicadores estrangeiros de curto prazo. Aqueles que vêm aplicar de dois a três anos pagarão o IOF, mas não devem parar de investir no Brasil ? afirmou o ministro.
A alíquota do IOF para investimento de estrangeiros já havia sido elevada de 2% para 4% no último dia 4 de outubro. Mantega disse que o estoque do volume de margem na BM&F Bovespa é de US$ 20 bilhões e que esse montante pode lastrear US$ 200 bilhões.
? Veja a taxa de alavancagem! ? destacou o ministro ao justificar a razão de estar elevando para 6% a alíquota do IOF sobre o recolhimento de margens.
Ele disse acreditar que essas medidas surtirão efeito, contudo não descartou a possibilidade de novas medidas caso seja necessário. Mantega destacou que é importante aguardar os resultados das medidas anunciadas esta noite e explicou que o governo pretende dosar as medidas, até porque não há interesse em prejudicar os investimentos estrangeiros diretos.
? Queremos atenuar o excesso de variações. O que vai acontecer com o câmbio não sei dizer porque não faço projeções cambiais ? disse.
O ministro disse que há um apetite muito grande da parte dos investidores estrangeiros e que só no mês passado entraram no país US$ 16 bilhões. Também adiantou que na última semana houve um forte ingresso de capital estrangeiro, mas sem citar números. O ministro adiantou ainda que nas conversas na semana passada, em Washington, percebeu que há um número significativo de grandes fundos estrangeiros querendo desembarcar no Brasil.
? Para fazermos o moderador de apetite estamos avisando que quem vier investir no Brasil vai ganhar menos e que deve olhar também para outros países ? comentou, dando como exemplo a Austrália.
Mantega voltou a enfatizar a necessidade de uma ação coordenada para combater a guerra cambial no mundo.
? Eu desnudei esse tema. Tirei o véu da guerra cambial, agora estamos fazendo uma ação coordenada de vários países porque se cada um tomar uma medida individual, os EUA continuarão emitindo e a China desvalorizando a sua moeda e fica todo mundo na mesma situação ? afirmou.