>> Mudanças climáticas preocupam setor cafeeiro, diz diretor executivo da OIC
A demora do CMN em aprovar a programação dos recursos do Funcafé desagrada as lideranças da cafeicultura, que consideram um descaso do governo em relação ao setor, uma vez que muitos produtores já iniciaram a colheita e estão vendendo café a preço baixo por causa da falta de financiamento para reter a produção.
Antônio Andrade informou que o governo pretende retirar do mercado 10 milhões de sacas de café para sustentar os preços e garantir a sustentabilidade do setor. Ele disse que uma das preocupações do governo é com o alto peso da mão de obra no custo da cafeicultura e uma das prioridades da pesquisa agropecuária “será buscar soluções para a mecanização das pequenas propriedades em áreas de montanha”.
O ministro disse que o novo preço mínimo do café entra em vigor ainda nesta safra. O primeiro reajuste dos últimos quatro anos fará com que a saca de 60 quilos do arábica passe de R$ 261,00 para R$ 307,00. O ministério já planeja correções anuais do preço mínimo dos produtos.
– Estamos procurando corrigir todos os preços mínimos anualmente para não ficar quatro, cinco, seis anos sem a correção de preço mínimo. Isso será feito de uma forma que o produtor saiba que, se ele produzir, aquele preço mínimo estará garantido.
O diretor executivo da OIC, Robério Silva, elogiou a política do governo de sustentação dos preços do café, “pois sem sustentabilidade econômica não existe sustentabilidade social e ambiental”. Silva ressaltou que um dos grandes desafios da OIC é encontrar soluções para a volatilidade de preços, que prejudica tanto produtores como consumidores. “Precisamos de preços justos”, afirmou.
Silva acrescentou que a situação da cafeicultura na América Central é preocupante, pois a incidência da ferrugem provoca uma quebra de três milhões de sacas, “no momento em que o combate da doenças implica em alta dos custos, enquanto os preços do café arábica estão em baixa”.
Na última safra, a produção de café ultrapassou a marca de 50 milhões de sacas, o que deixa o Brasil no topo do ranking mundial. O país também ocupa o segundo lugar no consumo da bebida. (20,3 milhões de sacas). Porém, mesmo diante de números tão expressivos, o mercado tem enfrentado dificuldades. Em maio, as exportações caíram 6% em comparação com abril e o preço da saca do arábica reduziu 40% no primeiro semeste deste ano. Para a OIC, o foco nas próximas cinco décadas será tornar a produção do café sustentável, tanto em termos de meio ambiente, com os avanços no combate à ferrugem, como de economia, controlando a oscilação dos preços.
Voto do CMN deve ser aprovado nesta segunda, diz presidente do CNC
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro (PMDB-MG), disse nesta segunda que o governo garantiu que o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar hoje a programação de recursos que serão disponibilizados para financiar a cafeicultura na safra 2013/2014, por meio do Funcafé.
O presidente do CNC, que reúne as principais cooperativa do setor, prevê que caso a programação de recursos do Funcafé seja aprovada nesta segunda, o dinheiro só vai estar à disposição do produtor daqui 15 dias. Ele também cobra do governo a realização dos leilões de opção e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) para sustentar os preços.
– Já existe orçamento de R$ 500 milhões para Pepro – garantiu.