Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Médios produtores aumentam em 16 vezes total de recursos contratados em dez anos

Apesar do bom volume destinado ao crédito rural, participantes do debate na Comissão de Agricultura cobraram melhoria na assistência técnica para pequenos produtoresO setor agropecuário teve avanços significativos no Plano Agrícola e Pecuário nos últimos dez anos. Os números foram apresentados nesta terça, dia 2, durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller.

De acordo com Geller, a produção de grãos cresceu 50% entre 2003 e 2013.

– Passamos de 123 milhões de toneladas para 184 milhões. O valor bruto da produção estimado para 2013 é de R$ 450 bilhões – disse.

As exportações do agronegócio subiram de US$ 25 bilhões para US$ 100 bilhões no mesmo período. Os financiamentos obtidos pela agricultura empresarial também apresentaram alta. Foram R$ 35,2 bilhões na safra 2003/2004 contra R$ 115,5 bilhões na safra 2012/2013.

As contratações de crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) cresceram mais de 16 vezes em dez anos, passando de R$ 650 milhões em 2002/2003 para R$ 10,6 bilhões em 2012/2013.

As taxas de juros do crédito rural, nesses dez anos, caíram de 8,75% para 5,5% ao ano enquanto a Taxa Selic, que reflete os juros da economia como um todo,  permaneceu sistematicamente acima desses patamares, entre 21,8%  e 8,6% ao ano.

Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014, lançado em junho pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, disponibilizará R$ 136 bilhões para a safra 2013/2014, sendo R$ 38,4 bilhões para os programas de investimento e R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização. Só para o Pronamp serão R$ 13,2 bilhões para custeio, comercialização e investimento.

O secretário Neri Geller lembrou ainda que serão investidos R$ 25 bilhões em novos armazéns com juros a 3,5%  e prazo de 15 anos.

– Além disso temos o Programa Inovagro, que irá impulsionar a produtividade e a competitividade do agronegócio brasileiro por meio da inovação tecnológica. Serão disponibilizados R$ 1 bilhão para que os produtores rurais possam incorporar tecnologias – explicou.

O deputado Anselmo de Jesus (PT-RO) defendeu investimentos em tecnologia para a agricultura familiar. De acordo com parlamentar, o modelo atual de financiamento é ultrapassado. Anselmo de Jesus ainda acusou os bancos oficiais de oferecer tratamento diferente aos pequenos produtores e à agricultura empresarial. 

– O modelo é ultrapassado, sem essa parte que promove a tecnificação, agrega valor, os pequenos produtores não vão mais avançar. Além disso, os bancos mpurra um monte de pacotes de serviço, que comprometem a renda do pequeno produtor – sustenta o deputado.

Assistência técnica

Como forma de qualificar os investimentos oficiais na agricultura familiar, os participantes da audiência foram unânimes em defender a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). No dia 10 do mês passado, o Executivo enviou ao Congresso o Projeto de Lei 5740/13, que institui a nova agência. A proposta, inclusive, tramita em regime de urgência.

Na concepção do secretário-substituto de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Argileu Martins da Silva, a Anater vai permitir o avanço da assistência técnica e da extensão rural. Segundo ele, o Banco do Brasil, responsável pela maior parte da execução dos financiamentos oficiais para a agricultura, garante que 99% dos investimentos têm assistência técnica.

– Como não há coordenação, não sabemos a qualidade dessa assistência, a Anater terá essa missão – explicou.

Garantia de renda

O assessor de políticas agrícolas da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Paulo de Oliveira Poleze, também considera essencial o investimento em qualificação rural por meio da assistência técnica. Poleze disse ainda que, atualmente, o grande desafio é a garantia de renda efetiva para o produtor rural.

A superintendente técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rosemeire Cristina dos Santos, tem a mesma opinião. Para a especialista, é necessário permitir ao produtor rural o gerenciamento do risco da atividade, por meio da melhoria do seguro e de uma política efetiva de renda.

– Somente assim será possível manter a competitividade e estabilidade na produção de alimentos – defendeu.

Apesar do avanço reconhecido pelos participantes da reunião, o seguro rural ainda se apresenta como um problema para o campo, conforme dados apresentados pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller. Os números mostram que menos de 19% das áreas produtivas brasileiras são seguradas.

Sair da versão mobile